
O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), fechou o mês de março com 39,24 pontos. Em relação a fevereiro, a redução foi de 4,15%. É a menor pontuação desde agosto de 2024. Já no acumulado de 2025, a queda é de 10,02%.
De acordo com o economista do Ipead, Diogo Santos, o resultado de março ocorreu devido a fatores macroeconômicos. “Os juros elevados inibem as possibilidades de consumo das famílias de bens de maior valor, e a inflação prejudica o poder de compra”.
Segundo a Fundação, a variação negativa do ICC-BH ocorreu devido à queda na percepção da população em cinco dos seis componentes do índice em relação a fevereiro. A pesquisa captou uma piora na percepção da população em relação à situação econômica do país (-14,13%), pretensão de compra (-9,34%), situação financeira da família em relação ao passado (-3,53%), emprego (-2,45%) e à situação financeira da família atual (-1,30%).
Santos explica que a piora na percepção da situação econômica do Brasil gera um desconforto à população. “Isso está certamente relacionado às consequências das taxas de juros elevadas e do aumento dos preços. Empréstimos e financiamentos ficam mais caros ou mesmo impeditivos, as empresas arrefecem a contratação de mão de obra, e o equilíbrio das contas familiares fica mais difícil”.
“No curto prazo, os consumidores cortam produtos considerados não essenciais ou adiam a compra de um novo bem, como um celular, eletrodoméstico ou a troca de automóvel”, complementa.
Por outro lado, somente a percepção quanto à inflação apresentou melhora de 0,84% em março. Segundo o economista, o resultado possivelmente está relacionado ao fato de ter ocorrido uma estabilização dos preços de alimentos ao longo do mês anterior. “Mas, nas últimas semanas, percebemos novas elevações nesses itens. Nos próximos meses, o comportamento do consumidor dependerá da trajetória dos preços, que tende a ser mais controlada por conta da valorização cambial que está ocorrendo agora, e também da trajetória da geração de emprego, que já apresenta sinais de estar arrefecendo, o que é o resultado buscado pela política monetária”, afirma Santos.
Redução em outros índices
Ainda segundo o Ipead, o Índice de Expectativa Econômica do País (IEE) caiu 5,49% em março. A piora na percepção da população em relação à situação econômica do país e ao emprego foi o fator responsável por essa queda. Já o Índice de Expectativa Financeira da Família (IEF) também registrou queda de 3,12% em relação a fevereiro de 2025. O resultado foi puxado pelas diminuições da pretensão de compra (-9,34%), situação financeira da família em relação ao passado (-3,53%) e situação financeira da família atual (-1,30%).