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6 milhões de pessoas vivem com algum grau de escoliose no Brasil

Foto: Freepik.com

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros vivam com algum grau de escoliose, especialmente adolescentes do sexo feminino. No mundo, essa condição afeta 4% da população. A forma mais comum é a idiopática, que surge sem causa aparente e representa cerca de 80% dos casos.

O médico ortopedista, especialista em coluna vertebral e sócio do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, Daniel Oliveira, explica que a escoliose é uma condição caracterizada por um desvio lateral da coluna vertebral acompanhado de rotação dos corpos vertebrais. “Isso faz com que a coluna assuma o formato anormal de ‘C’ ou ‘S’ quando vista de frente ou de costas. Trata-se de uma deformidade tridimensional que pode variar em gravidade, desde leve até severa, sendo classificada de acordo com suas causas e características específicas”.

Oliveira esclarece que a idiopática, que é a mais frequente, não tem uma causa conhecida. “Já a escoliose congênita ocorre devido a malformações na coluna durante o desenvolvimento embrionário; a neuromuscular está associada a doenças que afetam os músculos e os nervos, como paralisia cerebral ou distrofias musculares; e a degenerativa surge na idade adulta devido ao desgaste natural da coluna associado ao envelhecimento”.

“Os principais sintomas da enfermidade incluem alterações visíveis na postura, como ombros ou quadris desalinhados, uma escápula mais proeminente que a outra e inclinação do tronco. Além disso, pode haver dor nas costas, especialmente em casos de escoliose degenerativa, e, nos casos graves, complicações relacionadas à restrição de órgãos internos, como pulmões e coração”, pontua.

Ele destaca ainda que embora a escoliose seja mais comumente diagnosticada na infância ou adolescência, especialmente durante surtos de crescimento, a doença também pode surgir em adultos. “Nesse grupo, o tipo mais frequente é a escoliose degenerativa, que é resultado de alterações estruturais da coluna relacionadas ao envelhecimento”.

Tratamento

Segundo o especialista, o tratamento da patologia varia conforme o grau de curvatura, a idade do paciente e os sintomas apresentados. “Nos casos leves, pode incluir apenas observação e acompanhamento com exames regulares. Em escolioses moderadas, especialmente em pacientes em fase de crescimento, o uso de colete ortopédico pode ser indicado para limitar a progressão da curvatura”.

“A fisioterapia é frequentemente recomendada para fortalecer a musculatura, melhorar a postura e aliviar dores associadas. Nos casos graves, ou quando há comprometimento significativo da qualidade de vida, a cirurgia pode ser necessária. A artrodese, que une permanentemente as vértebras, é um dos principais procedimentos utilizados para corrigir a curvatura e estabilizar a coluna”, acrescenta.

Embora a escoliose não tenha uma cura no sentido de reverter completamente a deformidade em todos os casos, o médico esclarece que o tratamento pode controlar sua evolução, corrigir deformidades e aliviar os sintomas. “O sucesso do controle depende do tipo de escoliose, da gravidade da curvatura e do momento em que o tratamento é iniciado”, finaliza.

Susto

A professora e psicopedagoga, Luciane Alves, mãe de Gabriela Alves, descobriu a escoliose na filha aos 13 anos. “Percebemos algo estranho nas costas dela. Procuramos um médico e ele atestou que o caso era grave e necessitava de cirurgia. Até a condição ser diagnosticada, Gabriela nunca havia se queixado.