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Brasil tem 13,7 mil internações de sinusite crônica em cinco anos

Sintomas incluem a sensação de peso no rosto / Foto: Freepik.com

Segundo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), durante o intervalo de 2019 a 2023, foram registradas 13.731 internações decorrentes de sinusite crônica em todo o Brasil. As regiões Sudeste e Sul apresentaram a maioria dos casos, com 7.245 e 2.757 ocorrências, respectivamente. No total ,42 óbitos foram registrados no período, com uma taxa de mortalidade calculada em 0,31%. A média anual foi aproximadamente 2.715 internações.

Na análise demográfica destacou a predominância da raça branca, representando 6.387 pacientes e o sexo feminino foi prevalente, com 7.014 admissões (51,06%). A faixa etária de 50 a 59 anos foi a mais representativa (19,97%), seguida pela faixa de 40 a 49 anos (18,75%). Em 2020, observou-se um marcante decréscimo para 1.603 internações, reflexo das repercussões da pandemia de COVID-19.

A médica otorrinolaringologista, Danielly Andrade, explica que a sinusite é a inflamação dos seios da face, cavidades que temos em nosso rosto, e pode ser aguda ou crônica, associada ou não a infecções bacterianas ou virais. “As mais comuns são as agudas virais e pós virais (bacterianas), principalmente em pacientes que já possuem obstrução nasal”.

“As sinusites podem ser desencadeadas por rinites, muitas vezes mal cuidadas; sintomas alérgicos exacerbados; e infecções virais, bacterianas e fúngicas. Os fatores de propensão genética de cada paciente e o ambiente que ele vive e trabalha estão extremamente relacionados aos quadros crônicos”, acrescenta.

Os sintomas agudos podem provocar dor, tosse produtiva, prostração, sensação de peso na face, coriza e congestão severa. “Já nos crônicos podem ser silenciosos, mas incluem a sensação de peso no rosto, dores de cabeça recorrentes, crises de exacerbação (às vezes até duas ou mais vezes em um único mês), necessidade de uso de antibióticos e corticoides, cansaço constante, e perda da qualidade de vida e do sono devido às ocorrências que reduzem a produtividade diária”.

Danielly pontua ainda que os quadros agudos são mais frequentes no outono e no inverno no Brasil. “Devido à queda das temperaturas, clima mais seco, maior concentração das pessoas em ambientes fechados e maior circulação nesta época de vírus respiratórios sazonais”.

Tratamento

Para realizar o tratamento, a médica esclarece que precisa ser feito um diagnóstico diferencial e tratar a causa dessa condição inflamatória de forma direcionada. “Com corticoides nasais, lavagem nasal com soro, antibioticoterapia, nos casos bacterianos, cuidados diários e, às vezes, tratamento cirúrgico nos quadros crônicos já instalados. Existem sinusites crônicas com formação de pólipos nasais que são extremamente severas, recorrentes e graves, que necessitam de cuidados direcionados e muita atenção”.

Ela finaliza ressaltando algumas medidas preventivas que podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a sinusite. “Como lavagens nasais com solução salina diariamente; consultas regulares ao otorrinolaringologista; e cuidados com o ambiente, evitando ao máximo o contato com fatores alérgenos e inflamatórios. Além de cuidados gerais com a saúde, como a alimentação, atividades físicas e dormir bem”.

Alimentação

A nutricionista Aline Quissak afirma que ajustes na alimentação podem contribuir significativamente para a redução das alergias respiratórias e seus sintomas. “Alimentos como frutas: mamão, kiwi e melão; vegetais: espinafre e cenoura; e proteínas: tilápia; além de chá de gengibre e suco de limão, podem ser aliados para reduzirem os sintomas da sinusite”.

“Embora a alimentação seja uma grande aliada no combate às alergias respiratórias, a avaliação de um especialista é fundamental para um tratamento adequado. Esses alimentos ajudam a reduzir os sintomas da sinusite, mas não substituem a necessidade de acompanhamento médico”, observa a nutricionista.