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Setor de brinquedos cresce no Brasil

Foto: Pixabay

Segundo um estudo realizado pelo Sebrae, com base nos dados de registros de CNPJs da Receita Federal do Brasil, o segmento de lojas de brinquedos tem se afirmado cada vez mais no mercado nacional. Em 2024, foram inaugurados 17,5 mil novos pequenos negócios em todo o país voltados à venda desses produtos, o que equivale a aproximadamente 47 novos estabelecimentos por dia. Esse número representa um crescimento de 11% em relação a 2020.

Na área de produção dos produtos, o crescimento é ainda mais expressivo. Em 2020, foram registradas 473 novas pequenas indústrias, enquanto em 2024 o número de CNPJs abertos foi de 852, o que representa um aumento de 80% no período. Esse avanço tem sido refletido no faturamento, que cresceu aproximadamente 36% desde 2020, passando de R$ 7,5 milhões para R$ 10,2 milhões em 2024.

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o setor conta com aproximadamente 70 mil colaboradores e tem uma média anual de 11 brinquedos adquiridos por cada criança. A expansão da indústria é atribuída à constante busca por inovação e atualização, como evidenciado pelo lançamento de 43 novos tipos de brinquedos voltados para crianças com necessidades especiais, além do fortalecimento do setor varejista.

A economista Marcela Andrade explica que o aumento no número de fábricas e lojas de brinquedos em 2024 está diretamente relacionado à recuperação econômica do Brasil. “Após um período de recessão e instabilidade econômica, a indústria de brinquedos, como outros segmentos, começa a ver uma recuperação. A volta da confiança do consumidor e o crescimento da renda das famílias, especialmente nas classes C e D, têm impulsionado o setor”.

Um dos fatores que também tem contribuído para a expansão do setor é o aumento na procura por brinquedos educativos e sustentáveis, que ganharam popularidade nos últimos anos. A busca por alternativas mais ecológicas e conscientes têm levado as empresas a se adaptarem, criando novos produtos que atendem a essas demandas. “Hoje, os consumidores não estão mais tão preocupados apenas com o preço, mas também com a qualidade e a origem dos produtos. Isso obrigou as empresas a se reinventarem, e é um dos motivos que têm levado à expansão da indústria de brinquedos no Brasil”, ressalta Marcela.

Além disso, a presença de lojas virtuais e a ampliação do mercado on-line têm colaborado para que o setor chegue a mais consumidores, não apenas nas grandes capitais, mas também nas regiões mais distantes do país.

O especialista em tecnologia e inovação, Heitor Ribeiro, afirma que a integração de brinquedos físicos com componentes digitais também está em alta. “A realidade aumentada, por exemplo, é uma tendência que ganhou espaço no mercado infantil. O brinquedo tradicional agora pode contar com experiências interativas que mesclam o mundo físico com o digital, criando novas formas de diversão para as crianças”.

Ele observa que a digitalização do mercado de brinquedos trouxe uma série de novas possibilidades. “A inovação está no centro desse crescimento. O uso de tecnologias como realidade aumentada e até mesmo inteligência artificial para personalização de brinquedos tem atraído a atenção dos consumidores. A indústria de brinquedos, que tradicionalmente estava centrada em produtos físicos, agora se expande também para o digital. Isso abre uma nova fronteira para o mercado, que está sendo bem explorada no Brasil”.

A previsão da Abrinq para 2025 é de um crescimento de 4,5% no faturamento em relação ao ano anterior. Além disso, a entidade aponta que existem aproximadamente 7 mil vagas a serem preenchidas no setor.