
Minas Gerais foi responsável por 13,5% das exportações brasileiras, com superávit de US$ 10,6 bilhões na balança comercial, entre janeiro e maio. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o Estado exportou US$ 17,9 bilhões, com crescimento de 2,5% frente ao mesmo período de 2024, mantendo a posição como segundo maior exportador nacional.
O Estado teve aumento de 5,9% no fluxo comercial, em comparação ao ano anterior, totalizando US$ 25,1 bilhões, o terceiro maior do Brasil. Minas também foi o quinto principal Estado importador, somando US$ 7,2 bilhões nas aquisições internacionais, sendo responsável por 6,4% das importações no país.
De acordo com a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Mila Corrêa da Costa, Minas caminha para um ano com grandes resultados. “Motivados pela política de promoção de exportação e comércio exterior do governo estadual. Recentemente, levamos empresários mineiros até a Argentina, um país cada vez mais parceiro e que tem um mercado com grande potencial para nossos produtos”.
O economista Gelton Pinto Coelho avalia que, em geral, a relação do Brasil com outros países melhorou muito, favorecendo acordos e abrindo mercado. “Os estados seguem aproveitando essa onda positiva, apesar de alguns entraves, como é o caso da logística. Apesar disso, o cenário internacional favorece muito o país em termos geopolíticos, já que não participamos de guerras e conseguimos exportar para nações que estão em conflitos”.
Coelho afirma que a taxa de juros pode influenciar esses índices. “Pois, está inadequadamente alta e não alcança os objetivos de combate à inflação e amplia a dívida pública. Portanto, a médio prazo, pode prejudicar o financiamento da produção e encarecer ainda mais o crédito”.
Ele pontua ainda os principais desafios do Estado. “Minas foi cenário de crimes ambientais graves e não melhorou suas leis na proteção da população e do meio ambiente. Flexibilizações ainda maiores acontecem, gerando dúvidas nos investidores, e o mercado externo avalia e fecha a porta quando a produção não acontece de forma adequada. E ainda sofremos com muitos casos de denúncias de mão de obra escrava. É fundamental avançarmos na resolução dessas situações”.
Destaques
Em maio, as exportações mineiras somaram US$ 3,8 bilhões, com o segundo maior superávit do Brasil (US$ 2,4 bilhões), atrás de Mato Grosso. As importações aumentaram 6,9% frente ao mesmo período em 2024, totalizando US$ 1,4 bilhão. E também foi registrado o terceiro maior fluxo comercial do Brasil, no valor de US$ 5,3 bilhões, representando crescimento de 0,3% em comparação ao ano passado.
Os Estados Unidos elevaram em US$ 84 milhões as importações de produtos mineiros, um acréscimo de 24,4% em relação ao mesmo mês de 2024. As exportações também aumentaram para a Argentina (US$ 63,2 milhões e 59%); Suíça (US$ 55,1 milhões e 88,8%); Alemanha (US$ 50,6 milhões e 51,6%); e Rússia (US$ 28,2 milhões e 133,2%).
Produtos
Os principais produtos exportados no mês foram o café, responsável por 24,7% do total; minérios de ferro e seus concentrados (23,5%); soja (10,8%); ferro-ligas (7%); e ouro (6%). No período, Minas foi o principal exportador de café do Brasil (US$ 949,6 milhões); ouro (US$ 230,5 milhões); e ferro-ligas (US$ 270 milhões).
O Estado também foi o maior exportador de hidrogênio (US$ 24,3 milhões); queijo e requeijão (US$ 1,4 milhão) e fogos de artifício (US$ 948,5 mil). O economista destaca que há uma demanda cada vez mais crescente em alguns produtos, como é o caso do café. “A qualidade do nosso produto nos proporciona uma condição muito favorável. E no lado negativo, há problemas, por exemplo, com os Estados Unidos que podem prejudicar nossa exportação de aço, causando impactos significativos”.
Para o especialista, o Estado precisa investir radicalmente nos modais logísticos para que Minas alcance seu merecido lugar e importância nacionalmente. “A desorganização das contas públicas e o aumento considerável da dívida, nos anos recentes, impõe limites ao investimento público. Os inúmeros incentivos fiscais que cresceram de maneira importante, retiram possibilidade de investimentos que poderiam dar resultado muito melhor do que alcançamos”.