Quem frequenta academia já viu a cena: uma pessoa tomando suplementos antes ou até durante a prática de atividades físicas. E esse hábito está cada vez mais comum, tanto que as lojas que vendem esses produtos estão se disseminando e, inclusive, em algumas academias. Mas será que há risco em consumir esse tipo de substância?
A nutróloga Gisele Werneck explica que os suplementos podem ser úteis, desde que bem indicados e nas doses certas para cada indivíduo. “Por outro lado, o uso indiscriminado não oferece benefícios e pode trazer prejuízos para saúde e para o bolso”.
Além do ganho de peso, outras complicações podem aparecer no futuro. “O maior problema são os pré-treinos que têm como base a cafeína ou efedrina, pois eles podem ser o gatilho para uma arritmia cardíaca e causar problemas psíquicos”, acrescenta.
Uma das pessoas que já sofreu com os suplementos pré-treino é o Luiz Antônio Gomes, 30. Ele conta que foi influenciado a tomar por um amigo. “Estava malhando há 6 meses e ainda não tinha notado um resultado tão significativo como esperava. Aí veio esse cara e me apresentou um termogênico que ele estava tomando”.
Gomes relata que tomou esse pré-treino e, no momento, não sentiu nada, porém começou a passar mal depois de 3 horas após a atividade. “Fui parar no hospital. Estava com palpitações no coração e falta de ar. Tive que tomar soro na veia e fiquei o resto da tarde de repouso. Foi um susto, mas nunca mais tomei nada parecido”.
Como funcionam os suplementos
Gisele explica que a principal função dos suplementos é otimizar a performance, garantindo que haja produção de energia de maneira duradoura e que os músculos tenham um bom desempenho do início ao fim da atividade física. “Eles são compostos por carboidratos de baixo índice glicêmico, que fornecem energia de forma mais duradoura, como é o caso da palatinose e do amido de milho”.
Além disso, os suplementos atuam na formação da ribose, que estimula a produção de ATP (molécula fonte da energia humana); e creatina, composto de aminoácidos que aumenta a força do atleta. “Eles facilitam a absorção pelo trato gastrointestinal e têm doses mais assertivas que os alimentos comuns”.
A especialista afirma também que é possível obter resultados similares com a ingestão de alimentos, porém é um processo mais difícil e demorado. “Alimentos ricos em carboidratos com baixo índice glicêmico, como batata doce, grãos integrais, banana com um pouco de aveia, são ótimos para esse fim”.
Para finalizar, a nutróloga diz que, antes de começar a consumir qualquer suplemento, deve-se procurar um profissional capacitado. “Ele vai te ajudar a escolher o produto certo para o seu tipo de organismo e atividade, preservando sua saúde e também o seu bolso, pois esse tipo de produto é caro”.