De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade turística em Minas Gerais movimentou cerca de R$ 34 bilhões em 2023. O Estado recebeu 31 milhões de turistas no ano passado e ocupou o primeiro lugar na variação do volume acumulado nos últimos 12 meses, sendo líder no crescimento do setor no Brasil.

Além de ficar em primeiro lugar na ampliação da atividade turística, Minas Gerais cresceu acima da média nacional durante todo o ano. O recorde aconteceu em abril, quando o Estado registrou um aumento de 720% acima do desempenho nacional.

O economista Gustavo Aguiar afirma que o turismo mineiro, em termos percentuais, foi o que mais se destacou em 2023. “Porém, considerando os dados do segundo trimestre do ano passado, tivemos também um forte crescimento do setor agropecuário, sobretudo, com a produção de café. E um expressivo aumento na extração mineral, que também tem um peso importante na economia mineira”.

Para Aguiar, Minas tem um potencial turístico muito forte e o governo estadual também tem investido no fortalecimento do setor, principalmente no interior. “Pela sua diversidade cultural, patrimonial e gastronômica, o Estado tem essa capacidade de trazer muitos turistas. Nos últimos anos, Belo Horizonte atraiu um grande número de pessoas para o Carnaval e temos outras cidades do interior que também tem essa capacidade”.

“As rotas do café, no Sul de Minas; o cerrado; o Festival de Inverno de Tiradentes; as cidades históricas, como Ouro Preto, Mariana e Diamantina; os museus, como Inhotim que atrai um grande número de turistas; entre outros exemplos. No geral, além do investimento público que o turismo recebeu, é importante destacar que Minas também passou longe do assombro com a criminalidade que outros estados vivenciaram em 2023”.

O economista ainda explica que Minas tem tudo para manter essa tendência de crescimento. “Porque estamos vendo uma retomada da expansão econômica pelo terceiro ano consecutivo, que mostra que a economia está plenamente recuperada, após o período de pandemia”.

“Os níveis de desemprego também estão entre os menores desde 2015, o que é um fator muito positivo. Da mesma forma, o aumento da renda que havia ficado congelado e até mesmo diminuído no período da pandemia. Temos ainda uma nova política de valorização do salário mínimo que garante o ganho real, gerando um crescimento do consumo e de buscas por viagens, lazer, turismo, entre outros”, complementa.

Emprego

Até novembro, Minas criou aproximadamente 50 mil empregos na economia da criatividade, número que corresponde a 26% de todos os 187.866 postos de trabalho gerados, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Isso fez o segmento ser o principal gerador de empregos no Estado.

O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, diz que a economia da criatividade é responsável por mais de 755 mil empregos em toda Minas Gerais. “É o setor que mais emprega, e ainda faz isso de maneira sustentável. A meta do ‘Mais Turistas’ e do ‘Minas Criativa’ é criar 100 mil empregos até o final de 2024, e acredito que nós estamos no caminho certo”, destaca.

Impacto

O aumento do fluxo turístico impactou diretamente a movimentação nos aeroportos. Em todo o Estado, foram lançadas 17 novas conexões, representando um crescimento de 20% na conectividade aérea de Minas Gerais, conforme a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG).

O número de voos internacionais quadruplicou, saltando de dois, em janeiro, para oito, em dezembro. O Aeroporto de Confins, pelo qual circularam 10,4 milhões de passageiros em 2023, fechou o ano com rotas diretas para Lisboa (Portugal), Cidade do Panamá (Panamá), Bogotá (Colômbia), Curaçao (Caribe); Fort Lauderdale (Estados Unidos), Orlando (Estados Unidos), Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina).

O aumento da procura turística também fez ampliar a quantidade de rotas nacionais. No terminal foram inaugurados 10 trechos domésticos, incluindo três regionais: Palmas (Tocantins); Teresina (Piauí); Parnaíba (Piauí), com escala em Jericoacoara (Ceará); Campina Grande (Paraíba); Porto Velho (Rondônia); Caldas Novas (Goiás); e Linhares (Espírito Santo); além de Araxá, Manhuaçu e Salinas, no interior do Estado.