O mercado de franquias consolidou sua curva de recuperação em 2021. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), foi possível compensar as inúmeras perdas de 2020 e quase se igualar ao desempenho de 2019. O faturamento das franquias no Brasil passou de R$ 167 bilhões em 2020 para R$ 185,068 bilhões em 2021, um crescimento nominal de 10,7%, chegando a patamar semelhante ao de 2019 que foi de R$ 186,755 bilhões.
Dentro do mercado de franquias, o setor de saúde e beleza sempre se destacou e não foi diferente o ano passado. Os dados da ABF apontam que esse nicho faturou R$ 39 bilhões. O número representa um aumento de 11,2% em relação a 2020. No que se refere a novas unidades, o ramo chegou a cerca de 30 mil pontos no país, o que equivale a um incremento de 10,5%.
A diretora executiva da ABF, Silvana Buzzi, explica que como os demais mercados, as franquias sentiram os reflexos da pandemia, mas que fazer parte de uma rede trouxe vantagens. “Foi possível pensar em estratégias conjuntas para enfrentar essa situação, principalmente o desenvolvimento de novos canais de venda e negociação com fornecedores. Aproveitamos a experiência de profissionais da rede que já tinham vivenciado grandes desafios e a recuperação também foi mais rápida, atraindo, inclusive, novos investidores”.
Os avanços relacionados à COVID-19 também impactaram positivamente, acrescenta Silvana. “Além da fortaleza do modelo de redes, o desempenho do segmento foi alavancado pela evolução da vacinação. A diminuição das restrições, abertura do comércio e a retomada do consumidor aos seus antigos hábitos também ajudaram. Destacam-se também profissionais buscando opções de investimento, maior digitalização das franquias e a elevação do movimento em shoppings e outros centros comerciais”.
Ela revela ainda que o setor conseguiu retornar aos patamares pré-pandêmicos. “Entendemos que a curva de recuperação vai se manter, por isso projetamos uma expansão no faturamento de 9%: 2% das redes, 7% em unidades e 5% no número de empregos diretos gerados pela área”.
Destaque
Silvana lembra que no setor de saúde e beleza estão incluídas as redes de farmácia e clínicas populares que tiveram sua demanda aumentada pela pandemia. “Na área de estética, temos o redirecionamento de recursos de outras áreas – como viagens – o desejo por bem-estar e até o efeito ‘zoom’, na qual as pessoas buscam melhorias estéticas para participar de lives e outros eventos digitais”.
O diretor de operações de uma rede de franquias especializada em harmonização facial, Rodrigo Borelli, afirma que a meta do faturamento anual foi superada, fechando em R$ 150 milhões, com geração de 800 empregos diretos e 4 mil indiretos. “Esses números representam um aumento de 270% na receita frente a 2020. Agimos rápido em relação à pandemia. Antecipamos ações que estavam no nosso escopo de implantação e, com isso, conseguimos atender a todos os franqueados. Fechamos 2019 com R$ 16 milhões”.
Borelli finaliza dizendo que para 2022 planeja um crescimento orgânico ainda maior, algo em torno de 211% em faturamento, chegando a R$ 300 milhões em receita. “Vamos investir mais de R$ 35 milhões e gerar mais de 1.500 empregos diretos e 5 mil indiretos em todo o país”, finaliza.