Ainda não é consenso no âmbito do Parlamento mineiro, porém, existem deputados sinalizando sobre o possível interesse de grupos econômicos poderosos se credenciando para realizar as vistorias veiculares. A suspeita acontece diante da decisão do governo de alterar, após quase um ano, as regras de credenciamento de Empresas de Vistorias de Identificação Veicular (ECVs) especializadas no atendimento terceirizado aos condutores e proprietários de veículos.
Atualmente, são cerca de 1.300 empreendimentos, todos eles com suas portas fechadas. Essas empresas foram criadas e preparadas de acordo com orientação do governo mineiro, sendo um dos itens exigidos quando da edição da norma indicava que cada firma tivesse estrutura mínima de 16 boxes, com a finalidade de atender às demandas necessárias ao acolhimento do público interessado.
O temor da presidente do Sindicato das Empresas de Vistoria Veicular de Minas Gerais (Sindev/MG), Natália Cassarini, diz respeito a uma exigência extra da concedente, que acaba com o teto de 16 boxes e passa a exigir vagas de estacionamento. Por seu turno, o presidente do Conselho Nacional de Vistorias Veiculares (CNVV), Vagner Pedroso, garante que a retirada de boxes vai beneficiar as grandes empresas. Para ele, sem a limitação, algum grupo multinacional pode abrir uma ECV com 400 ou 500 boxes, o que irá colocar em dificuldade as firmas mineiras que investiram mais de R$ 2,5 milhões e estão sem autorização para atuar até hoje.
O tema mobilizou a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e quem está na linha de frente para tentar uma solução para o dilema é o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL). Seu objetivo é evitar um colapso dos mais de mil empreendedores até então credenciados e que estão sem um norte, diante da decisão governamental de promover essa série de modificações das normas autorizativas. O governador Romeu Zema (Novo) deveria se ater a essa alusão da interferência de multinacionais para prejudicar os mineiros. Por sinal, insinuação grave.