Home > Economia > Valor Bruto da Produção do agro mineiro alcança R$ 122,41 bilhões

Valor Bruto da Produção do agro mineiro alcança R$ 122,41 bilhões

Dados são referentes aos acumulados de janeiro a julho – Foto: Seapa/Divulgação

Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as estimativas atualizadas do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária em Minas Gerais apontaram um faturamento total de R$ 122,41 bilhões para 2023. Os dados são referentes aos acumulados de janeiro a julho. Em comparação com o ano passado, houve redução no VBP, quando o valor foi de R$ 124,18 bilhões. No ranking dos Estados, Minas Gerais aparece em quarto lugar, após Mato Grosso (R$ 183,25 bilhões), Paraná (R$ 144,20 bilhões) e São Paulo (R$ 138,88 bilhões).

A assessora técnica do Sistema Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Aline Veloso, explica que é importante olhar para um cenário mais abrangente. “A gente sofreu com os efeitos da pandemia e outras questões de mercado vieram se alterando. No primeiro momento, inclusive, houve o aumento dos custos das commodities, em nível internacional, que impactou positivamente esses indicadores em períodos anteriores. Em 2023 está acontecendo uma recomposição desses preços, o que acaba internalizando os valores que são praticados no mercado. Influencia também no momento de fazer esse cálculo do VBP, justificando as quedas pontuadas na publicação do Mapa”.

As lavouras do Estado apresentaram uma ligeira queda, saindo de R$ 82,80 bilhões para uma previsão de R$ 81,40 bilhões. O café apresentou alta, se comparado ao ano passado. O valor pode alcançar R$ 28,21 bilhões, em 2022 foi de R$ 27,43 bilhões. Na pecuária, o VBP de Minas pode chegar a R$ 41,45 bilhões. Com alta em ovos, de R$ 1,69 bilhão para R$ 2,38 bilhões, e maior baixa em bovino, de R$ 13,58 bilhões para R$ 12,05 bilhões.

Aline pontua que houve algumas influências em 2023 que são externas a possibilidade de correção pelo produtor e afetaram os preços dos produtos. “Uma delas, que ocorreu em fevereiro e março, foi a suspeita do caso da vaca louca que gerou uma oscilação muito forte no custo das carnes, tendo várias consequências no mercado. Na sequência, a gente teve a questão da importação do leite, que levou a um volume maior no comércio interno, e consequentemente os preços baixaram. E, mais recentemente, teve a incidência e o receio da gripe aviária, que interferiu no valor do frango”.

Café

De acordo com dados da Faemg Senar de julho, a safra mineira de café segue em colheita e tende a ser maior do que a de 2022, mas bem menor do que os números estimados pelos cafeicultores e pelo mercado antes do início dos trabalhos de coleta.

O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para café arábica tipo 6 trabalhou com baixa de 1,7% no acumulado de julho, fechando a média mensal em R$ 826,10/saca de 60 kg. A região Sul de Minas acompanhou a movimentação de queda nos preços, com variação negativa de 0,8%, fechando o mês com média de R$ 840,16/saca de 60 kg.

Para as demais regiões produtoras mineiras, o Cerrado apresentou melhores custos, com média de R$ 861,67/saca de 60 kg, variação positiva de 1,6%; Chapada de Minas, R$ 770,48/saca de 60 kg (1,3%); e a região das Montanhas, R$ 797,29/saca de 60 kg (0,6%). Porém, mesmo o Sul apresentando maior queda ao longo do mês, o valor pago por saca de café, nesta localidade, foi maior do que no Leste do Estado.

Segundo a Faemg Senar, expectativas de geadas, chuvas pontuais em regiões produtoras em meio à colheita e especulações quanto à safra menor em outros países produtores mantiveram os preços em julho com menores oscilações.

VBP nacional

O índice nacional do VBP deste ano é de R$ 1,135 trilhão, alta de 1,9% em relação ao ano de 2022. As lavouras avançaram 4% e a pecuária reduziu seu crescimento em 2,9%. O faturamento das lavouras é de R$ 801,9 bilhões e o da pecuária é de R$ 333,6 bilhões.

Os produtos que apresentam melhor desempenho neste ano são mandioca (42,9%), laranja (27,2%), banana (16,8%), tomate (15,9%), cacau (13,8%), cana-de-açúcar (11,6%), amendoim (10,6%), feijão (10,4%), arroz (9,3%), uva (7,5%), soja (2,5%) e milho (1,4%). Já na pecuária, os aumentos do VBP ocorrem na carne suína, leite e ovos.