A campanha eleitoral de 2022 já começou oficialmente e os candidatos já podem fazer caminhadas, carreatas e distribuir material. Na internet, a propaganda pode ser feita em sites e redes sociais. Esta última vem ganhando espaço e acabou se tornando uma importante fonte de informação para boa parte dos eleitores, inclusive, podendo impactar no resultado do pleito. Sobre o assunto, o Edição do Brasil conversou com o publicitário e especialista em marketing político, Janiel Kempers (foto).
As redes sociais terão mais impacto nestas eleições que os grandes veículos de comunicação?
Com os efeitos da pandemia de COVID-19, as pessoas passaram a usar ainda mais as redes sociais, até mesmo os grandes veículos de comunicação também utilizam essas mídias para publicação de conteúdo. Outro aspecto é que, hoje em dia, boa parte dos cidadãos não consegue parar para assistir a um programa eleitoral na TV, por exemplo. Com as redes sociais isso se torna bem mais fácil e rápido e os candidatos têm uma proximidade maior com o público.
Qual a importância de um bom marqueteiro? O profissional precisa dominar as redes sociais?
Cada rede social possui uma linguagem específica. Além disso, o público que acessa cada uma das plataformas é diferente. Isso significa que o profissional de marketing precisa promover uma estratégia diferente para as diversas mídias. Ele necessita ter domínios das técnicas a serem aplicadas para que a campanha seja um sucesso.
Em 2018, as mídias sociais tiveram papel decisivo no resultado das eleições no Brasil?
Com certeza tiveram. Em 2016 foi a primeira eleição com um nível de participação maior nas redes sociais. Desde então, os candidatos vêm se atentando a esse fato. O sucesso do candidato Jair Bolsonaro em 2018 é, em parte, explicado pelo seu alcance nas mídias sociais e o apoio de grupos que o capitalizam. Ao longo dos anos, as rodas de conversas saíram das esquinas e foram para as plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram. Hoje nós temos boa parte do eleitorado representado de alguma forma dentro das mídias sociais.
Também há o compartilhamento de fake news nas redes. Como evitar o problema?
As mídias sociais abrem espaço para discussões a respeito das ideologias e projetos dos candidatos. As fake news são notícias falsas que tem como objetivo afetar negativamente a imagem do concorrente. É preciso tomar cuidado. Evitar o compartilhamento desses conteúdos mentirosos é uma responsabilidade comum, por isso o cidadão tem como dever verificar a fonte da notícia, bem como mensurar qual o interesse daquela informação. Na dúvida não compartilhe o material com outras pessoas.
Qual a mídia mais popular e quais as razões?
Em números de usuários, Instagram e Facebook. Mas na questão do engajamento para os candidatos, o Tik Tok é uma das mais populares. Ele tem um alcance maior que o das duas redes mencionadas, além de permitir criar e realizar o compartilhamento de vídeos mais diretos e curtos com um alcance maior. O Brasil é o 19º país que mais possui usuários ativos, cerca de 97 milhões, conforme revelam dados de um estudo realizado pela Statista, empresa analítica com sede na Alemanha.
Qual público deve ser mais atingido? Há alguma faixa de idade?
A movimentação política dentro do Tik Tok tem como apelo os mais jovens. E os desafios são grandes para conquistar esse eleitorado, entre eles, entender a forma como o público se comunica e criar conteúdo com uma linguagem direcionada. A maioria tem idade entre 18 e 36 anos, isso significa que é um público ainda jovem, mas que já vota e possui um pensamento ideológico formado. Só que não podemos confundir o engajamento na plataforma com a popularidade no mundo fora do digital.