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Prefeito Fuad Noman temia a eleição de Bruno Engler ainda no 1º turno

Fuad teria mantido reunião com o deputado Tramonte e Engler apostou tudo na liderança de Bolsonaro – Fotos: Rodrigo Clemente/PBH e Luiz Santana/ALMG

Embora não sendo um político tradicional, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), está contemplando a saga de ser uma espécie de “dono da cidade”, ao receber apoio para a sua reeleição de nomes influentes. Isso sem falar dos mais proeminentes grupos empresariais e setores significativos que atuam, mesmo que indiretamente, na busca pelo êxito de sua empreitada no pleito de 2024. A resultante deste projeto é a sua dianteira na preferência dos eleitores, segundo as diversas pesquisas publicadas recentemente pela imprensa.

Com sua efusiva estrutura montada para tentar vencer o pleito, o candidato do PSD em nada lembra a preocupação expressada por seu grupo político em meados de março/abril deste ano. À época, durante reunião com o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) para analisar o cenário político de então, concluíram que se o pleito fosse realizado naqueles dias, havia a possibilidade de o candidato Bruno Engler (PL) vencer ainda no primeiro turno, tamanha era a volúpia dos jovens em defender o seu projeto político.

No encontro realizado a portas fechadas, planejaram, então, dividir os eleitores mais atinentes aos grupos conservadores, ou seja, havia a necessidade de turbinar o nome de alguém com possibilidade de desidratar o projeto político de Engler. Coincidência ou não, cerca de três meses depois, surgiu a confirmação da candidatura do deputado Tramonte, que culminou com a desidratação do projeto do representante do PL.

Para além disso, a candidatura de Engler ficou como se fosse música de uma nota só, apostando apenas no apoio de Jair Bolsonaro (PL), quando, na verdade, segundo uma avaliação recente, o deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL) tem capacidade de transferir votos em proporção superior ao próprio ex-presidente em Belo Horizonte.

Essa realidade, no plano mais amplo, pode demonstrar o enfraquecimento no bolsonarismo em muitas cidades brasileiras, inclusive em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, onde o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem uma reconhecida liderança, bem acima do ex-presidente.

Alianças partidárias

O ex-deputado federal, ex-secretário de Estado de Governo, Aloísio Vasconcelos, faz uma análise com relação às alianças neste segundo turno. Ele comenta que “candidaturas mais políticas, esquerda e direita, ficaram pelo caminho por não terem convencido o eleitor de sua capacidade de gestão”.

Para Vasconcelos, a busca por obras para educação, saúde e mobilidade urbana com tecnologia moderna continuam a chamar atenção do eleitor no segundo turno. No campo político partidário, as articulações se consolidaram e siglas, como PT, PDT, PSDB, PSOL, PSB, PV e REDE caminham com Fuad, enquanto o Novo e o Republicanos estão com Bruno Engler.

Um registro relacionado ao pleito em BH convém ser levado a efeito. Nomes como o de Alexandre Kalil (PSD), e do senador Carlos Viana (Podemos), dificilmente teriam mais espaço para disputas eleitorais maiores. Já o deputado federal Rogério Correia (PT) saiu derrotado ao final do primeiro turno na capital mineira. Por outro lado, projetou-se o atual presidente da Câmara de Vereadores, Gabriel Azevedo (MDB), já de olho em uma vaga como possível deputado federal.