Recentemente, aconteceu a disputa pela eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e, como noticiado pela imprensa, o Palácio Tiradentes tentou bancar uma candidatura à presidência da
Casa. Porém, diante da possibilidade de um fiasco, mudou-se o curso dos acontecimentos, evitando a intromissão do Executivo no tema, ficando inerente tão somente ao Legislativo. Contudo, ficou no rastro dessa peleja o sabor da falta de habilidade palaciana.
A assessoria do governador Romeu Zema (Novo) já propala aos quatro ventos sobre a possibilidade da presença do chefe do Executivo estadual em outro tema polêmico: refere-se às futuras disputas às prefeituras no ano vindouro.
Respeitado como um dos integrantes do denominado núcleo duro e de assessoramento político do governador, o ex-deputado e presidente do Partido Progressista, Marcelo Aro, segundo consta dos bastidores, é simpático a essa tese. Ele estaria entusiasmado no sentido de quem receber o apoio de Zema, na capital mineira, garantirá a eleição com certa facilidade para ocupar o comando da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). No momento, dois nomes fazem parte da lista simpática ao Palácio Tiradentes, o jornalista e radialista Eduardo Costa (Cidadania) e o próprio presidente da Câmara de Vereadores, Gabriel Azevedo.
Essa informação tem levado cada vez mais o prefeito Fuad Noman (PSD) a se distanciar da convivência cotidiana com o governador. Para além desta realidade, o chefe do Executivo tem sido bem acalantado pelos meandros de Brasília, inclusive com sinalização de investimentos substanciais para garantir obras na capital mineira.
Prefeituras do interior
Para matemáticos da política mineira, esse assunto é muito inoportuno no momento. Até porque, a briga entre Romeu Zema com o governo federal pode lhe trazer algum tipo de desgaste. Assim, a sua popularidade de hoje, pode não ser a mesma quando as campanhas às prefeituras forem às ruas em meados do próximo ano.
Outrossim, alguns políticos já começam a trabalhar na direção de um alinhamento completo ao Palácio Tiradentes. Em Nova Lima, o veterano, ex-prefeito Vitor Penido, tem feito de tudo para se aproximar dos governistas, e com isso evitar um possível apoio oficial a outros políticos da cidade. Por lá, quem deve barrar essa pretensão de Penido de se tornar um nome preferido do Palácio pode ser o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania). Ele é amigo pessoal e parceiro político do atual prefeito João Marcelo (Cidadania), e também nutre um bom trânsito, inclusive diretamente com o próprio Zema.
Relativamente a essa peleja, na terra do governador, a cidade de Araxá, dizem que quem vai cuidar desse assunto no momento oportuno será o vice-governador Mateus Simões (Novo), em parceria com o deputado estadual Dr. Bosco (Cidadania).
Em Uberlândia, existe um comentário aventando a possibilidade do deputado estadual, Leonídio Bouças (PSDB), analisar sobre as chances que teria em participar do pleito local, caso tivesse o esperado apadrinhamento do
Executivo estadual. Mas, por enquanto, isso não passa de mera especulação, dizem os políticos uberlandenses.
O debate em tela está apenas começando, porém, já é o suficiente para provocar falações e discórdias. Só para lembrar, atualmente, o governo está montando uma base de apoio na Assembleia Legislativa com 50 deputados. Mas, se por motivos equivocados e se o Palácio entrar nesta disputa municipalista, pode provocar uma enorme fissura nesse grupo de apoiadores do Parlamento Mineiro.