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Problemas com a Justiça Eleitoral podem complicar o deputado Leonídio Bouças

Processo contra Leonídio se arrasta há 21 anos – Foto: Henrique Chendes/ALMG

Poucas pessoas do mundo político, além da própria imprensa de Belo Horizonte, sabiam que o deputado estadual Leonídio Bouças (PSDB) tinha problemas com a Justiça Eleitoral. Isso só veio à tona na semana passada, quando o 1º vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Marcos Lincoln dos Santos, revogou uma liminar que garantia a continuidade do parlamentar na vida pública.

O processo está no Poder Judiciário eleitoral há exatos 21 anos. O tema evoluiu para uma decisão condenatória, proferida contra ele há 16 anos, por ato de improbidade administrativa, segundo consta dos autos da recente decisão daquele magistrado da Corte.

Na peça de revogação da liminar que o beneficiava, o desembargador Marcos Lincoln dos Santos vaticinou que Leonídio fez uso indevido de serviços públicos em campanhas eleitorais, e em consequência desse fato, foi condenado por danos ao erário, tendo, mesmo assim, participado de todas as eleições neste período, mediante uma liminar, a mesma revogada neste mês.

O parlamentar tucano Leonídio Bouças é um político de vários mandatos. Agora, concorre como candidato à Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. De acordo com a recente pesquisa, realizada pelo Instituto IPEC, ele foi classificado pelos eleitores em terceira posição, com 17% da preferência dos entrevistados, cabendo ao atual vice-prefeito, Paulo Sérgio (PP), a liderança, com 46%, seguido pela petista Dandara, com o apoio de 29% dos entrevistados.

Informações de bastidores indicam que Leonídio Bouças, ao se sentir em uma posição desconfortável nessa corrida eleitoral, teria mudado o seu estilo de comandar uma campanha mais proativa, incrementando, por tanto, a linha de denúncias e batendo de frente com os adversários.

Em geral, as discussões políticas nas grandes cidades brasileiras estão servindo cada vez mais de palanque para ataques às pessoas e de questionamentos, nem sempre comprovados, mas que servem, por vezes, ao propósito de pauta como recorte para as propaladas redes sociais.

Se em Uberlândia os ânimos estão exaltados, o mesmo ocorre em Belo Horizonte, Ipatinga, Juiz de Fora e, especialmente, em São Paulo, onde a peleja local se transformou em casos policiais, deixando de lado o bom debate, rasgando os princípios fundamentais para o pleno funcionamento da democracia.

De um modo geral, os políticos na disputa não devem possuir um histórico comprometedor, como é o caso da citação pela Justiça Eleitoral, referente ao deputado Leonídio Bouças, que há 21 anos está sendo questionado sobre um possível envolvimento nada republicano.