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Crescimento econômico no Estado não acontece por falta de projeto

Uma projeção feita pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) revelou um crescimento industrial abaixo do previsto para este ano: de 3,3% para 1,8%. E essa informação caiu como uma bomba nas esferas governamentais. Ou seja, o que se presumia ruim, ficou pior. Esse dado negativo surgiu após o desastre causado pelo setor mineral, em Brumadinho, e que vai impactar de maneira desfavorável a economia dos municípios envolvidos, mas também o segmento como um todo.

O quadro é desalentador, sobretudo, para o governador Romeu Zema (Novo) envolto com os problemas relacionados à falta de dinheiro. Ele, em consonância com os especialistas, sabe que somente aumentando a arrecadação seria possível minimizar essa realidade. E, para sobrepor o volume de verbas, é necessário que ocorra um crescimento econômico.

Neste espiral, o chefe do Executivo não tem condições de planejar ações concretas relacionadas à atração de novos empreendimentos industriais para o Estado. Até o momento, as decisões da Cidade Administrativa visam apenas as reformas: primeiro, a administrativa que já está em debate na Assembleia, em seguida vem a determinação de cortar cargos comissionados para diminuir custos da folha de pagamento do governo mineiro.

Na orla política, as avaliações apontam para uma certa timidez diante do megaproblema estabelecido. “A oposição vai colaborar, mas não assinaremos cheque em branco para o governador”, afirma o líder da oposição, André Quintão (PT).
Segundo avaliações de bastidores, até agora, o segmento produtivo estadual desconhece um projeto que seja capaz de alavancar o ramo industrial em parceira com o Executivo.

Se a Fiemg está pessimista, na área rural as expectativas são positivas, incluindo o agronegócio que tende a repetir os números crescentes vistos todos os anos. A assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) informa que os dados referentes a 2018 estão sendo copilados para sua difusão. É bom lembrar que no início de 2019 propalou-se que o agronegócio e a esfera mineral iriam servir como âncora para o crescimento estratégico mineiro. Mas, agora, diante do rompimento da barragem de Brumadinho, esta projeção não existe mais.

Enumeradas todas essas questões, fica nítido a necessidade de se buscar prestígio junto às instituições para possibilitar um planejamento em médio e longo prazo visando reverter esse panorama. Por enquanto, é provável que o governo mineiro não tenha alternativa senão aceitar uma renegociação com o governo federal, se submetendo aos caprichos do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Do ponto de vista político, Zema ainda precisa se preparar para uma longa negociação junto aos parlamentares estaduais, buscando apoio para conquistar maioria na hora da votação de projetos mais incisivos. O relacionamento Executivo e Legislativo além de ser um capítulo à parte, vai consumir várias horas de reuniões dos auxiliares políticos do governador, inclusive de seu vice Paulo Brant (Novo).