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Redução da taxa Selic deve impactar positivamente os pequenos negócios

Índice pode melhorar as condições de crédito do setor – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu, pela sexta vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, chegando a 10,75% ao ano. Há sete meses, o índice era de 13,75%, após 12 aumentos seguidos. Nos pequenos negócios, a Selic interfere diretamente nos valores cobrados pelas instituições financeiras que disponibilizam crédito para esse segmento.

O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, Décio Lima, destaca que é uma queda, na sua somatória, significativa. “Portanto, permite que nós possamos inserir, principalmente, os micro e pequenos negócios para a obtenção de crédito. Entendemos que o acesso ao crédito é fundamental para impulsionar o desenvolvimento do nosso país, fazer a economia crescer e alavancarmos com mais velocidade a criação de empregos”.

Para Rogério Corgosinho, gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial e Serviços Financeiros do Sebrae Minas, a condição de crédito ofertado ao mercado é resultado de uma reunião de fatores e o patamar da taxa Selic é apenas um deles. “O custo de crédito diminui com a redução da Selic, porque as demais taxas seguem a mesma direção, o que impacta de forma positiva os negócios”.

“Todavia, as condições também são influenciadas pelo índice de inadimplência, risco individual da operação, capacidade do tomador de ofertar garantias, relacionamento do demandante com o sistema financeiro, setor econômico, dentre outros”, complementa.

Ele analisa também que à medida que as novas reduções se concretizem, reforça a perspectiva de que essa variável favoreça a melhoria das condições de crédito. “Vale destacar a importância de o Banco Central continuar sendo cuidadoso no ritmo de redução da Selic, uma vez que a taxa é um instrumento de controle inflacionário. Sua redução abrupta poderia gerar um processo de alta da inflação, corroendo a capacidade de consumo, provocando desaceleração na atividade econômica e aumento do desemprego”.

Micro e pequenas empresas

Em janeiro de 2024, as micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais registraram um saldo positivo de 8.957 postos de trabalho, o que representa 65% do número total para o Estado. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve aumento de 1.588% no saldo de empregos gerados.

Minas Gerais ocupou a 7ª posição, dentre as Unidades da Federação, no saldo gerado pelas MPEs em janeiro. Belo Horizonte foi o município com melhor resultado, com 1.980 novos postos de trabalho, enquanto Ipatinga registrou resultado negativo, com -602. Em relação às atividades econômicas específicas, destacam-se a construção de edifícios (1.761 vagas), seguida de atividades de serviços prestados às empresas (663) e cultivo de café (522).

No Brasil, 62% das vagas de emprego, em janeiro, estavam nas MPEs. Os pequenos negócios geraram, no primeiro mês do ano, 52% mais empregos que o registrado no mesmo período de 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram 112 mil novas vagas contra 74 mil contabilizadas no ano passado, somente nas micro e pequenas empresas.

Corgosinho pontua que a relevância dos pequenos negócios para a economia brasileira é muito grande. “Dos quase 22 milhões de CNPJs ativos no país, cerca de 89,91% são dos pequenos negócios. A contribuição no Produto Interno Bruto (PIB) está na ordem de 30%, enquanto na geração de emprego 80% das vagas são geradas pelos pequenos negócios”.

“Tais números deixam clara a importância do segmento para a economia nacional e o quanto devemos estar atentos às políticas públicas que favoreçam a geração, a manutenção e expansão desse segmento no país”, acrescenta.

Ele finaliza dizendo que esse setor em Minas Gerais é ainda mais relevante, com 93,81% dos CNPJs ativos. “É importante salientar que existe um forte trabalho sendo feito para melhorar o ambiente de negócios no Estado, tornando-o mais propício à implementação de novas empresas e/ou expansão de empreendimentos já localizados em Minas”.