Segundo pesquisa elaborada pela Mfield, uma empresa especializada em estratégia de marketing, 75,6% da população pretende comprar na Black Friday este ano. Em relação a 2022, houve um crescimento de 32,2% no índice. O estudo ouviu 2.300 pessoas e o evento será realizado no dia 24 de novembro.
O economista Ricardo Paixão pontua que o aumento do índice, em relação aos anos anteriores, vem de uma demanda reprimida da pandemia. “As pessoas tiveram impactos negativos no orçamento e com o passar do tempo e a redução das medidas de restrições, acredito que tivemos uma reativação do ato de consumir por uma parcela da sociedade que conseguiu equilibrar suas contas e está em condições de exercer o consumo”.
“Além disso, temos algumas medidas do governo, como o programa Desenrola, que tenta reduzir o problema do endividamento, e também um esforço do Executivo de dar uma recomposição ao salário mínimo. Isso tudo faz com que uma parcela da população consiga tentar recompor o seu poder de compra, perdido ao longo desses anos”, acrescenta o economista.
Ele ressalta que o impacto da Black Friday na economia é sempre positivo. “Porque é um momento sazonal e algumas pessoas já esperam para poder consumir, pois podem fechar bons acordos com o comércio e fazer compras com um valor menor do que o de costume. É uma época importante, onde o setor comercial realmente procura reduzir um pouco os preços e tentar influenciar positivamente a economia”.
De acordo com o levantamento, 41,5% do público disse estar apertado, passando por um período difícil economicamente, mas ainda pretendem aproveitar as ofertas da Black Friday para economizar. Quando questionados sobre o canal escolhido para as compras, 56,7% citaram estabelecimentos on-line; 18,6% on-line e físicas e 3,9% exclusivamente as lojas físicas.
O setor campeão no interesse dos consumidores são os itens relacionados à moda e acessórios (39,3%), depois aparecem os eletrônicos (37,5%), cosméticos (35,9%), calçados (33,2%) e eletrodomésticos (31,5%). Sobre o ticket médio, 25% pretendem gastar entre R$ 151 e R$ 300. Já 24,2% vão limitar sua compra a até R$ 150. A principal forma de pagamento deve ser o cartão de crédito (76,9%), seguida pelo Pix (49,1%).