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Faturamento da indústria de alimentos bate R$ 1 trilhão

Índice ficou 7,2% acima do ano passado / Foto: Freepik.com

 

O faturamento da indústria de alimentos, em 2023, foi de R$ 1,161 trilhão, 7,2% acima do apurado no ano anterior (em termos nominais), segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). O volume corresponde a 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Deste total, R$ 851 bilhões foram oriundos das vendas no mercado interno e R$ 310 bilhões das exportações.

As vendas reais totais (mercado interno e exportações) apresentaram expansão de 3,4%. Os principais destaques foram as exportações, que cresceram 5,2% em valor (dólar), alcançando o patamar recorde de US$ 62 bilhões. No mercado interno, o balanço das vendas reais também se mostrou positivo, com expansão de 4,5%, puxado pelo mercado de food service, que manteve trajetória de retomada, e pelo varejo alimentar.

O economista Wallace Marcelino Pereira ressalta que esse índice já era esperado, visto que a economia brasileira cresceu mais de 2%. “Fatores como a queda da taxa Selic, inflação controlada e políticas voltadas para revisão das dívidas dos consumidores, como o ‘Desenrola’, ajudaram a aquecer o consumo das famílias brasileiras, impulsionando o faturamento”.

“Além do mercado interno, o varejo doméstico cresceu 8,9%; e houve um aumento de 11,9% no mercado de alimentação fora do lar. As exportações de alimentos industrializados também foram responsáveis pelo bom desempenho”, acrescenta.

Ele pontua ainda sobre o desenvolvimento do setor em 2024. “Caso os fundamentos da economia brasileira se mantiverem sob controle, tais como a inflação, o aumento do emprego e as exportações prossigam com a trajetória positiva, a tendência é que o faturamento continue crescendo”.

 

Exportação

O Brasil se consolidou como o maior exportador mundial de alimentos industrializados (em volume), com 72,1 milhões de toneladas, acima dos Estados Unidos. Isso representa um crescimento de 11,4% em relação a 2022 e de 51,8% em relação a 2019. Em valor, foram US$ 62 bilhões, sendo 5,2% acima dos US$ 59 bilhões apurados no ano anterior e 82% acima do verificado em 2019. As exportações responderam por 27% das vendas do setor e o mercado interno por 73%.

Pereira afirma que a pandemia ficou no passado e a tendência da exportação é também de crescimento. “A condução da política econômica, por parte do governo atual, tende a gerar credibilidade e previsibilidade para os investidores internacionais. Assim, os produtos brasileiros tendem a ter maior aceitabilidade no mercado externo”.

Os principais destaques, em valor, foram produtos de proteínas animais (US$ 23,6 bilhões), açúcar (US$ 16,0 bilhões), farelo de soja e outros (US$ 12,6 bilhões), óleos e gorduras (US$ 3,6 bilhões) e sucos e preparações vegetais (US$ 2,9 bilhões). Os maiores mercados consumidores foram a China, com US$ 11 bilhões e participação de 17,7%; seguida dos 22 países da Liga Árabe, com US$ 10,2 bilhões e 16,4% de participação; e União Europeia, com US$ 9,1 bilhões, participação de 14,6%.

De acordo com o presidente executivo da ABIA, João Dornellas, o Brasil vem se sobressaindo desde o início da pandemia como fornecedor global de alimentos. “O país tem uma indústria alimentícia muito forte com tecnologia e capacidade de produção para atender o mercado interno e ainda exportar para 190 países, além da condição de expandir essa capacidade. Apesar da nossa liderança como maiores exportadores mundiais de alimentos industrializados, estamos trabalhando para avançar na exportação de produtos com maior valor agregado”.

 

Minas Gerais

Segundo Pereira, no Estado, a indústria de alimentos e bebidas faturou cerca de R$ 120 bilhões em 2023, ou seja, 28% do total negociado pelas empresas do setor. “Minas só fica atrás de São Paulo, em termos de faturamento. Nesse sentido, o Estado tem acompanhado o desempenho nacional sendo um dos principais produtores e exportadores da indústria de alimentos do Brasil. A política de incentivo a instalação de empresas processadoras de alimentos, por parte do governo de Minas, pode ser um fator a mais para o crescimento do setor no Estado”.