Desempenho no mês só ficou atrás de fevereiro
Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que 2.099.211 pessoas foram contratadas e 1.878.367 demitidas em agosto, gerando um saldo positivo de 220.844 novos empregos formais no Brasil. Com os outros meses, o resultado alcançado só perde para fevereiro, quando 250.385 novos postos de trabalho foram criados. Todos os setores registraram novas contratações. Quem teve o maior saldo foi o setor de serviços, com 114.439 vagas. Na sequência, comércio (41.843), indústria (31.086), construção (28.359) e agropecuária (5.126).
De acordo com o economista Diogo Santos, o resultado positivo no período se deu a partir de diversos movimentos relacionados ao crescimento da economia. “Entre os principais está a recuperação do poder de compra da população por conta da redução da inflação, com aumento do consumo e maior necessidade de produção e contratação de trabalhadores. Também está ocorrendo um investimento dos governos em serviços públicos, o que eleva a demanda por bens e serviços produzidos pelas empresas.
“O Estado tem um grande poder de influenciar a demanda agregada da economia, impactando a produção e o mercado de trabalho. Nos primeiros meses do ano, o crescimento recorde da produção agropecuária também contribuiu para o crescimento do emprego nos setores que estão na cadeia de armazenamento, escoamento e comercialização da produção”, acrescenta.
Por outro lado, os números alcançados em agosto de 2023 são menores que no mesmo período do ano passado. No acumulado deste ano, o saldo é de 1,38 milhão de novos empregos. Enquanto no mesmo período de 2022, o saldo era de 1,9 milhão de postos de trabalho. O resultado no mês de agosto daquele ano também foi superior, com 288.096.
Santos explica alguns fatores para os números melhores em 2022. “Foi um ano de recuperação dos níveis de emprego no pós-pandemia. Somado a isso, tivemos o estímulo para o crescimento econômico realizado pelo governo naquele período, o que contribuiu para o aumento das contratações. Por fim, o nível elevado das taxas de juros vigentes no país ainda possui um impacto negativo sobre o emprego, pois reduzem as decisões dos empresários em contratarem empréstimos e financiamentos para aumentarem a produção e também reduzem as compras de bens de maior valor, que requerem financiamentos ou parcelamentos pelas famílias”.
Para o restante do ano, a expectativa do economista é que as contratações continuem em saldo positivo. “A queda da taxa de juros abre espaço para mais investimento por parte das empresas e o possível aumento da execução de obras no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que gera uma injeção de demanda na economia, estimulando a produção e o investimento”.
Minas Gerais
Os dados do Caged mostraram que, em agosto, o estado também registrou um saldo positivo de 15.237 novas vagas de emprego. No acumulado de 2023, foram criados 171.349 novos postos de trabalho em Minas Gerais.