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Confiança da indústria mineira cresce pelo sexto mês consecutivo

Indicador atingiu a marca de 53,4 pontos em julho – Foto: Claraboia Filmes/CNI

Conforme a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do Estado voltou a crescer e atingiu a marca de 53,4 pontos em julho. Esse foi o sexto mês consecutivo em que os industriais mineiros demonstraram confiança. Em junho, o indicador estava em 53,2 pontos.

Segundo a Fiemg, o índice foi impulsionado pela desaceleração das taxas de inflação e pela redução da percepção de risco fiscal no país. O Icei de Minas Gerais, referente a julho, ficou 0,6 ponto acima da média histórica, de 52,8 pontos. O indicador, porém, é inferior aos 57 pontos registrados no mesmo período do ano passado, sendo o menor patamar para o mês em três anos.

O doutor em economia, Wallace Marcelino Pereira, esclarece que o Icei resulta da ponderação dos componentes de condições atuais e de expectativas. “O novo arcabouço fiscal e a reforma tributária contribuíram para que os industriais mineiros aumentassem a confiança na economia. Afinal, o governo atual tem se esforçado na busca do equilíbrio fiscal e a reforma tributária, que estava parada há décadas no Congresso Nacional, parece estar bem encaminhada. Além disso, outro elemento que ajuda a aumentar a confiança do empresariado mineiro é que o governo de Minas tem ótimo relacionamento com os industriais. Isto facilita muito o ambiente de negócios e faz com que o setor se sinta ouvido pelo ente público estadual, no que se refere às demandas relacionadas às condições de investimentos, desburocratização e atração de novos parceiros produtivos”.

Ele aponta que a confiança deve continuar em alta devido à melhora progressiva do ambiente econômico. “Três situações se destacam: o Real está se tornando mais forte, diminuindo a pressão inflacionária proveniente da aquisição de insumos e produtos importados pela economia brasileira e mineira. Além disso, o investimento na compra de novas máquinas para melhoria do parque industrial fica mais barato. O segundo ponto é que a reforma tributária está tramitando dentro do tempo esperado e os problemas relacionados à tributação na produção têm um horizonte definido de resolução. Por último, as agências de risco têm sinalizado para a elevação da nota do Brasil, indicando aos investidores internacionais que o país é seguro, bem como o governo federal tem tomado as medidas econômicas corretas”.

Índice Nacional

O Icei nacional também apresentou alta, o indicador avançou de 50,4 para 51,1 pontos. É o segundo mês consecutivo em que a indústria demonstra confiança. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o avanço no mês de julho acontece em função, principalmente, da avaliação menos negativa das condições atuais da economia brasileira e das empresas.

Confiança subiu em 21 setores pesquisados

A pesquisa mostrou também que a confiança avançou em 21 dos 29 setores da indústria, em todos os portes (pequenas, médias e grandes empresas) e em todas as regiões, com exceção do Sul. É o melhor resultado mensal desde novembro de 2022.

Dois setores se destacaram pelo alto aumento na confiança. No farmoquímicos e farmacêuticos, o Icei passou de 54,9 para 61,7, enquanto equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos subiu de 46 para 50,1. A seção de informática saiu de um estado de falta de confiança para confiança. As categorias calçados e suas partes, produtos químicos, e vestuário e acessórios também fizeram o mesmo movimento. Apenas a metalurgia passou para falta de confiança. Os ramos menos confiantes da economia são madeira, produtos de borracha, móveis e produtos de minerais não metálicos.

A economista da CNI, Larissa Nocko, explica que quando é observado a composição do índice de confiança, o entendimento que as condições atuais da economia estão desfavoráveis é unânime entre as regiões e os diferentes portes industriais. “O fator que tem atuado como contrapeso são as expectativas para os próximos seis meses, em particular o componente de expectativa relativo às empresas, em que o otimismo abrange todos os portes, regiões e quase todos os setores”.