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Construção Civil projeta alta para o setor em 2024

Estimativas apontam um crescimento de 1,3% / Foto: Freepik.com

 

Utilizando como referência os dados do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral, a construção civil obteve uma estimativa de crescimento de 1,3% para 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). A continuidade do processo de queda de juros; novo ciclo de crescimento no mercado econômico, devido às novas condições do “Minha Casa, Minha Vida”; Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); e o ano eleitoral, são alguns dos fatores positivos para a alta do setor no próximo ano.

Porém, o menor ritmo de crescimento da economia; juros, apesar da queda, ainda em patamar elevado; e endividamento das famílias; são alguns motivos negativos que podem prejudicar os números de 2024.

A economista da Cbic, Ieda Vasconcelos, afirma, durante a coletiva de imprensa, que para o próximo ano, a entidade está mais otimista do que no final de 2023. “É um crescimento ainda modesto, perante as necessidades que o país precisa, como habitação e infraestrutura”.

O presidente da Cbic, Renato Correia, ressalta que a construção civil é uma atividade de longo prazo e que precisa, para entregar mais para sociedade brasileira, de estabilidade no PIB do setor. “Porque você mantém os empregados nas empresas, investe em treinamento e tecnologia, ganha produtividade e competitividade. Oferece melhores produtos, com melhores preços, seja para o governo ou cidadão”.

 

Balanço de 2023

Conforme a Cbic, depois da projeção de alta de 2,5%, no início de 2023, e a revisão para crescimento de 1,5%, em julho, a construção civil, considerando os dados do PIB trimestral, deverá encerrar o ano em queda de 0,5%. “O setor sofreu com os reflexos das elevadas taxas de juros, pela demora da divulgação das novas condições do ‘Minha Casa, Minha Vida’; as incertezas macroeconômicas; e pela desaceleração de pequenas obras e reformas”, afirma a instituição.

O PIB da construção civil recuou 3,8% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao segundo, na série, com ajuste sazonal. Foi o pior resultado do setor, desde o segundo trimestre de 2020, quando a pandemia chegou ao país.

Ieda explica que o resultado de 2023 pode ser atribuído ao impacto significativo da alta taxa de juros dos últimos anos. “Quando a economia de um país apresenta taxas de juros elevadas é inevitável que isso tenha um custo, manifestando-se na desaceleração de diversos setores produtivos. A conta dos juros altos na economia chegou para a construção civil”.

“Em relação aos últimos dois anos, o setor desacelerou e inclusive frustrou as expectativas que nós tínhamos no final do ano passado, que era um crescimento de 2,5%”, destaca a economista.

 

Empregos no setor

Em relação ao número de trabalhadores na construção, em outubro de 2023, o índice de empregados no setor, com carteira assinada, foi de 2.675 milhões, o maior desde julho de 2015 (2.693 milhões). O estudo ainda mostrou crescimento de 10,49% na criação de empregos formais de janeiro a outubro, enquanto nos últimos 12 meses, o aumento foi de 6,21%.

Segundo a economista, os dados do emprego formal sinalizam que o setor continua produzindo. “A construção gerou, nos primeiros 10 meses deste ano, quase 254 mil novas vagas. O número, apesar de ser menor aos últimos três anos, é o terceiro maior desde 2012”.

“O ritmo das atividades do setor e da abertura de vagas demonstram a enorme contribuição da construção para a economia brasileira. É importante lembrar que as vendas de ontem, refletem no emprego de hoje. Estamos sentindo o impacto de obras que iniciamos nos últimos dois anos, devido ao processo produtivo longo, característica básica do setor”, reforça Renato Correia.

Em 2023, os estados que mais geraram empregos foram São Paulo, com 66.522 novas vagas, Minas Gerais (32.097), Rio de Janeiro (24.592) e Pará (15.706). O setor, apesar de responder por 6,05% de trabalhadores com carteira assinada no país, foi responsável por 14,23% do total dos novos empregos formais gerados nos primeiros dez meses deste ano.