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Esporte serve como ferramenta de transformação social nas periferias

Foto: Freepik.com

 

Uma pesquisa feita com 1.100 brasileiros, incluindo todas as classes sociais e regiões do país, apontou que 88% dos entrevistados consideram o esporte uma ferramenta de transformação social. O estudo foi promovido pelo banco BV, em parceria com o Instituto Mind&Miners. Outros 35% dos respondentes acreditam que o esporte valoriza aspectos como socialização, respeito, cooperação e inserção na sociedade.

A análise mostrou também que a prática esportiva gera oportunidades de educação, sendo fundamental para o desenvolvimento de crianças e adolescentes que, em alguns casos, se tornam atletas profissionais. Além disso, 11% dos que responderam o estudo acreditam que o esporte amplia a representatividade social e diminui preconceitos raciais e de gênero. Seja por meio de ONGs ou por incentivo governamental o esporte reduz as chances do indivíduo se associar ao crime, bem como promove a relação entre os moradores locais.

A socialização de jovens por meio do esporte nas periferias e comunidades vulneráveis tem se mostrado uma necessidade básica, capaz de trazer mudanças significativas na vida de cada um deles. Para falar mais sobre esse assunto, o Edição do Brasil conversou com a gerente de projetos sociais do Instituto BH Futuro, Maíra Matos.

 

Quais são os benefícios da prática esportiva em comunidades?

As periferias passam por muitas dificuldades. Nesse cenário, a prática de esportes aumenta a autoestima, promove sensação de felicidade, ameniza os riscos de depressão, permite redução dos níveis de ansiedade que, apesar de pouco se relatar sobre, é um grande problema nas comunidades com alto índice de vulnerabilidade. Além disso, as atividades têm impacto na diminuição da violência nesses espaços.

Que impacto social tem o esporte nas periferias?

A interatividade entre os moradores, inclusão na sociedade por meio dos treinos, união entre as pessoas que estão naquele local e a possibilidade de diminuir a violência e o acesso às drogas são alguns impactos facilmente percebidos em poucos meses. Faz parte da natureza do jovem competir, interagir e se desafiar, por isso, trazer opções saudáveis para que ele possa expressar todos esses impulsos é extremamente importante, ocupando o tempo ocioso do dia a dia com atividades que trazem prazer, socialização e bem-estar.

Qual a importância da cultura e esporte chegarem a espaços como esses?

Eles têm uma ação transformadora na vida de qualquer indivíduo, pois permitem entender o significado do processo educacional. Isso promove a reflexão sobre o exercício da cidadania, conceito de ética e como exercê-la; estimula atitudes de respeito, solidariedade, cooperação, sustentabilidade; incita o protagonismo de ser responsável; além de desenvolver o sentido de justiça e dedicação.

Como essas duas áreas auxiliam na desigualdade social?

Talentos existem em qualquer lugar, não apenas em bairros de classe alta. Quando levamos o esporte às periferias, conseguimos encontrá-los e garantir que recebam toda a estrutura necessária para que possam se desenvolver e, quem sabe, criar uma carreira de sucesso. A prática esportiva reduz a desigualdade, garante que todos, independentemente do status social, consigam treinar e encontrar suas paixões. Muitos atletas profissionais saem das favelas e isso não seria possível sem o incentivo em comunidades carentes.

O que pode ser feito para conscientizar a sociedade sobre a importância desses projetos?

Seria importante a adesão dos meios de comunicação em massa, mostrando mais o trabalho realizado pelos projetos sociais. Acredito ser necessário explicar em detalhes o impacto deles na vida dessas comunidades que apresentam altos índices de vulnerabilidade social. Além de incentivo a doação financeira, as parcerias com empresas e ao voluntariado. Esse é um processo que, apesar de lento, se mostra bastante efetivo.