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28% das crianças e adolescentes podem ter conjuntivite alérgica

A vermelhidão é um dos sintomas da doença / Foto: Reprodução-Internet

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), a alergia ocular, também conhecida como conjuntivite alérgica (associada ou não aos quadros alérgicos) atinge de 15 a 28% das crianças e adolescentes no Brasil. Cerca de 44% desse público, até os 14 anos e com asma, apresentam sintomas oculares, mas apenas um terço recebe o diagnóstico. Conforme o Ministério da Saúde, em geral, a patologia ataca os dois olhos, e pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas.

O oftalmologista da Unimed – BH, Luiz Carlos Molinari, explica que a conjuntiva é uma mucosa do olho. “E a conjuntivite alérgica é uma inflamação da mucosa, que está associada a processo alérgico. Normalmente, a patologia é causada ou provocada por alérgenos ambientais, como o pólen, que são transportados pelo ar e que podem inflamar a conjuntiva”.

A doença é uma característica da infância e da adolescência, pontua o médico. “No adulto, já não ocorrem tanto as conjuntivites alérgicas, porém, se acontecer, apresentam os mesmos sintomas: vermelhidão; coceira, que também é conhecida como prurido ocular; inchaço; lacrimejamento; e uma secreção mais mucosa”.

Molinari destaca que se o paciente possui um histórico de atopia, que é a tendência a quadros alérgicos como rinite, dermatite atópica, a própria conjuntivite ou asma, acaba tendo uma reação alérgica mais frequente, podendo provocar a coceira. “A ação de coçar o olho pode desenvolver o astigmatismo. A massagem sobre a pálpebra, que é um tecido muito macio, pode moldar a córnea e aumentar o grau de astigmatismo, levando a um prejuízo visual e a necessidade de usar óculos”.

O alergista do Hospital Felício Rocho, Antônio Penido, evidencia outros problemas causados pela ação de esfregar os olhos. “O ceratocone é quando a córnea fica mais fina e começa a se curvar para fora. Já o glaucoma, a pressão dentro do olho aumenta devido ao atrito, e até mesmo a ruptura de partes do órgão, como a íris e a retina. Então, é importante evitar esfregá-los com muita força para prevenir esses problemas”.

 

Cuidados importantes

Ele afirma que além dos pais terem um cuidado maior para evitar que a criança esfregue os olhos, uma atenção especial deve ser reservada ao dormitório. “O local deve ser bem ventilado e ensolarado. Os reservatórios de poeira, como móveis estofados, cortinas e tapetes devem ser removidos ou ser aspirados com frequência. Os pisos devem ser preferencialmente laváveis (cerâmica, vinil e madeira), e as cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido”.

Segundo Penido, os sintomas podem se agravar no outono. “Por causa dos dias quentes, secos e ventosos, típicos dessa época do ano, sendo os ácaros da poeira e os pólens de grama, os principais agentes desencadeadores”.

 

Diagnóstico e tratamento

O alergista ressalta que o diagnóstico é feito após uma avaliação do paciente. “Identificamos as queixas em relação aos sintomas de conjuntivite, como está a qualidade de vida da pessoa, o ambiente onde reside, trabalha ou estuda, além de um exame físico da mucosa ocular na tentativa de verificar complicações”.

Já o tratamento é baseado no controle ambiental. “Além do uso de colírios lubrificantes, antialérgicos e imunossupressores, utilizamos até mesmo a imunoterapia para aeroalérgenos, que é um procedimento com vacinas de alergia que pode curar o paciente durante anos”, conclui Penido.