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Gasolina está R$ 0,09 mais cara do que antes da greve dos caminhoneiros

Sete meses após a greve dos caminhoneiros, que bloquearam estradas de todos os Estados em protestos contra o preço do diesel e que tiveram apoio em massa da população na esperança de que o valor do litro da gasolina também fosse reduzido, as tarifas nas bombas encareceram. Um levantamento do site Mercado Mineiro aponta que o custo médio da gasolina em Belo Horizonte e região metropolitana, na segunda semana de janeiro deste ano, foi de R$ 4,476. Em comparação com a tarifa do dia 08 de dezembro de 2018, no qual o valor era de R$ 4.558, o preço caiu -1,84% ou R$ 0,08 por litro. Foram consultados 130 postos em Belo Horizonte e região metropolitana.

Porém, o levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP) mostra que em maio de 2018, antes da paralisação dos caminhoneiros, o custo médio do litro da gasolina em BH era de R$ 4,383, o que resulta no total de R$ 0,09 a menos que o preço atual. Na cidade de Betim, a tarifa média do litro da gasolina, atualmente, é de R$ 4.44. Em maio, pagava-se, em média, R$ 4,331 por litro, menos R$ 0,11.

A pesquisa de valores atuais do Mercado Mineiro também mostrou que o menor preço médio da gasolina é encontrado na região Leste de BH, onde o valor é de R$ 4.37 e o maior custo médio está na Zona Sul, onde o valor é de R$ 4.60.

Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa cerca de 4 mil postos de combustíveis do Estado, disse que “não existe tabelamento no setor, portanto o mercado de combustíveis é livre. Cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com inúmeros fatores, tais como estratégias comerciais, localização, concorrência, entre outros”.

Para Alexandre Miserani, analista econômico e professor de economia, além do preço caro resultante de questões de logísticas, distribuição e impostos, a gasolina no Brasil é mais cara porque há quem se disponha a pagar mais. “Durante a greve dos caminhoneiros, algumas pessoas chegaram a pagar R$ 10 em um litro. Estou falando do cidadão comum, não daquele que precisa do combustível para transportar algo com o qual tira seu sustento, por exemplo”.

Opções do consumidor
O etanol continua sendo o mais viável para o bolso do consumidor. O menor preço do combustível encontrada entre os postos pesquisados foi de R$ 2,775, e o maior de R$ 3.599, com uma variação de 29,69%.

Na comparação com o dia 08 de dezembro foi apontado que o preço médio do etanol caiu -0,85%, sendo que o valor médio era de R$ 2,945 e passou a ser de R$ 2,920. A menor tarifa do etanol é encontrada na região do Barreiro, onde o combustível é vendido por cerca de R$ 2.85, e a maior registrada na região de Venda Nova a R$ 3,199. Na cidade de Betim, o preço médio do litro do etanol é de R$ 2,916. Em Contagem, é de R$ 2,866.

Em resposta, o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado de Minas Gerais (Siamig) declarou que o álcool tem se mantido competitivo em Minas Gerais para o consumidor, em janeiro, com uma relação de preço frente a gasolina de 64,9%.

A conta geralmente usada para saber qual combustível é mais vantajoso leva em consideração que o etanol tem em média 70% do poder calorífico da gasolina. Por isso, para escolher, o consumidor deve multiplicar o preço da gasolina por 0,7. O resultado é o preço máximo que o etanol vale a pena.

No Brasil, não existem órgãos ou tabelas que regulam preços de combustíveis, portanto, para Miserani, o consumidor precisa se conscientizar. “Se adotássemos estratégias como carona compartilhada, o dia sem carro, bicicletas, patinetes elétricos ou simplesmente comprássemos menos ou deixássemos de consumir bens de consumo com preços abusivos, pressionaríamos o mercado a abaixar os preços. É assim para tudo na vida, quando a gente entra no sacolão e uma verdura está muito cara, nós procuramos outras alternativas e deixamos de consumir aquela”, exemplifica.