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Tontura nem sempre pode ser sintoma de labirintite

Idosos são os que mais sofrem com o problema / Foto: Divulgação

Sensação de percepção errada e a ideia de que as coisas estão rodando, a tontura é um sinal que pode estar associado a mais de 60 doenças. Junto com o desequilíbrio e a vertigem, são queixas frequentes da população idosa. Segundo estudos, 45% deste público convivem com o sintoma e 80% das pessoas acima dos 75 anos já vivenciaram algum episódio. Dentre algumas patologias que podem provocar a tontura estão: glaucoma, diabetes, traumatismo craniano, Parkinson e esclerose múltipla.

O presidente da Academia Brasileira de Otoneurologia, Dr. Márcio Salmito, destaca que a tontura não deve ser desprezada, pois a alteração no equilíbrio corresponde a 85% das causas de quedas entre pessoas com 65 anos ou mais. De acordo com Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, divulgado em 2023 pelo Ministério da Saúde, a prevalência de quedas na população idosa em áreas urbanas é de 25%.

“Esse tipo de acidente é a terceira causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos no Brasil. Além disso, o número de óbitos de idosos, tendo como consequência a queda, praticamente duplicou entre 2013 e 2022”, revela Salmito.

A otorrinolaringologista Anna Paula Batista de Ávila Pires aponta que a tontura também pode acontecer devido à baixa pressão arterial e reforça que um acompanhamento médico é necessário na terceira idade. “Ajustar a dose dos remédios pode ajudar. Saber reconhecer e tratar as causas é muito importante, pois os episódios de tontura em idosos não possuem uma única causa. O tratamento adequado contribui na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas”.

Anna Paula explica que sentir tontura não significa ter labirintite. “Existem outras enfermidades menos frequentes, como a infecção ou enxaqueca do labirinto, doença de Ménière, onde o paciente tem perda de audição, doença dos cristais e alterações cardiovasculares que também podem ocasionar tontura. Também pode estar associada ao efeito colateral de algum remédio, alterações metabólicas, como diabetes e hipertensão, e problemas de apneia do sono”.

Ela orienta que o paciente não deve se automedicar e precisa consultar um médico para saber o motivo da tontura. “É importante verificar se a causa está associada a uma doença do labirinto, cardiovascular ou neurológica. O profissional vai chegar ao diagnóstico e iniciar o tratamento”.

Para finalizar, a especialista recomenda que manter hábitos saudáveis é a chave para evitar a maioria das doenças que possuem a tontura como sintoma. “Ter um sono regular, praticar atividades físicas, consumir alimentos que não contenham muito açúcar e carboidrato e uma boa ingestão de líquidos”.