O crossfit é uma modalidade esportiva que tem como objetivo promover a melhora da capacidade cardiorrespiratória, condicionamento físico e resistência muscular. A atividade foi criada no início dos anos 2000 por Greg Glassman e sua esposa Lauren.
No Brasil, o crescimento do número de academias de crossfit, chamados de boxes foi de 5.900% entre os anos de 2013 e 2019. Segundo um artigo científico publicado em julho de 2019 na Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, o Brasil contava com 1.055 boxes filiados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (7.314).
Mesmo com a pandemia do coronavírus, o esporte mostra que tem força e mantém o Brasil como um dos lugares do mundo com mais espaços para a prática esportiva. Um levantamento feito em fevereiro de 2022 pela Tecnofit mostra que 29% dos espaços de treinamento de crossfit estão em São Paulo, seguido do Rio (13%) e Minas Gerais (9%).
O instrutor e dono de um box de crossfit, Gustavo Noronha, diz que, muitas vezes, as pessoas procuram médicos e sabem dos benefícios das atividades, mas quando chegam numa academia tradicional não entendem o processo de emagrecimento e hipertrofia e acabam desistindo. “No crossfit, o ambiente é mais voltado para o treino com maior intensidade, pois não há necessidade de revezar aparelhos, nem ninguém descansando além do tempo que o profissional pediu”.
Para Gustavo, outra diferença da modalidade é a relação que é estabelecida entre as pessoas e que pode servir de motivação. “Ter um ambiente com uma aula coletiva, todos fazendo o mesmo treino, passando por adaptações dependendo do nível de cada um, além das competições que instigam o alto rendimento são muito estimulantes”.
Segundo ele, os benefícios podem ser muitos, devido às variadas movimentações. “Tem uma melhora em todos os níveis de colesterol, glicemia, hipertensão, diabetes, justamente por ser um treino que mistura diversas técnicas em uma só, tendo como base o levantamento de peso olímpico, movimentos de ginástica, mas também abrangido natação, corrida e bicicleta”.
Gustavo assegura que todos podem praticar o crossfit, seja qual for a idade e estando acima do peso ou não. “É dever dos instrutores garantir que os participantes não se machuquem. Se o profissional não sabe prescrever o treino certo para cada aluno, não entende da fisiologia e da individualidade biológica e não estiver devidamente capacitado na metodologia, ele pode passar uma atividade que vai ter excesso de impacto, causando uma lesão, por isso, é tão importante um acompanhamento adequado”.
A analista de marketing, Daniele Dias, é adepta a modalidade há mais de um ano e afirma que o crossfit é sua dose diária de dedicação pessoal e mental. “É o momento em que invisto em mim e na minha saúde. A prática me trouxe bem-estar, autoestima, disposição e prazer no desenvolvimento de atividade física. Movimentar o corpo funciona como uma válvula de escape na redução do estresse e liberação de endorfina”.
Ela diz que a dinâmica de treinos é um dos fatores que mais a motiva a permanecer nas aulas. “Um treino nunca é igual ao outro e isso permite nos superar nos movimentos e, principalmente, no processo de evolução. Fora a sensação de constância e orgulho de dever cumprido em cada aula. E quem pratica com frequência consegue desenvolver condicionamento físico, intensidade, dinâmica e espírito de equipe”.
Daniele conta que a atividade também acabou acarretando mudanças saudáveis na sua rotina que resultaram em melhoras pessoais. “Não só na parte física como o emagrecimento e tonificação muscular, mas o hábito de ter uma alimentação saudável tornou-se um estilo de vida, melhorando minha rotina de sono, fisiológica e autoestima”.