De acordo com dados do Ministério da Saúde, o vício em fumar acomete cerca de 20 milhões de pessoas com 18 anos ou mais no Brasil, sendo 11,7% homens e 7,6% mulheres. As doenças causadas pelo cigarro acarretam em aproximadamente 160 mil óbitos por ano, sendo a principal causa de morte evitável no planeta. O tabagismo pode desencadear dezenas de problemas respiratórios, cardiovasculares e câncer.
E mesmo com todos os riscos, muitos não abandonam o vício de fumar ou demoram a procurar ajuda. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), menos de 5% das pessoas que param de fumar por conta própria conseguem completar um ano longe do cigarro.
A auxiliar de serviços gerais Roseli Gouveia parou há cerca de 8 anos. Ela revela que começou a fumar com 14 anos por influência dos amigos. “Na época, eu me sentia mais adulta simplesmente por estar com um cigarro nas mãos. Fiquei dependente e já cheguei a consumir 2 maços por dia”. Ela conta que tentou parar diversas vezes, mas sempre voltava ao vício. “Não foi nada fácil nos primeiros dias, mas aos poucos fui me acostumando a ficar sem. Toda vez que me dava vontade de fumar eu chupava uma bala de hortelã”, salienta.
Riscos à saúde
A pneumologista Roseliane Araújo alerta que fora algumas doenças como infarto do miocárdio, enfisema pulmonar, câncer e impotência sexual, o hábito pode causar envelhecimento precoce, queda de cabelo, mau hálito, além de deixar dentes, unhas e pontas dos dedos amarelados. Ela alerta que o câncer de pulmão apresenta baixas chances de cura e que 90% das pessoas que desenvolvem a doença são fumantes.
Aqueles que não fumam diretamente, os chamados fumantes passivos, também correm perigo. Eles ficam em contato com a fumaça e sofrem os mesmos riscos que o próprio fumante. “Deve-se evitar fumar perto de crianças. Elas podem desenvolver problemas respiratórios como asma e bronquite. Grávidas expostas a fumaça durante a gestação podem sofrer aborto espontâneo ou ter parto prematuro”, explica.
Roseliane afirma que quando a pessoa para de fumar é normal um ganho de peso de cerca de 4 quilos. “O organismo sofre alterações metabólicas depois de largar a substância. Muitos costumam engordar mais porque usam a comida como uma válvula de escape para lidar com a ansiedade”.
A especialista salienta que os cigarros light, aqueles que possuem baixo teor de nicotina, também fazem mal. “Eles são menos tóxicos, porém o fumante acaba consumindo mais para conseguir a mesma quantidade de nicotina de um normal”.
Mesmo quem fumou por muitos anos ainda pode recuperar a saúde ao parar. A pneumologista explica que depois de uma semana não há mais nicotina na circulação sanguínea. “A pressão arterial e a frequência cardíaca normalizam e a respiração fica mais fácil. Com um mês a circulação melhora e a falta de ar diminui. Após 5 anos, são reduzidas as possibilidades de desenvolver um câncer ou ter um infarto”, finaliza.
Apoio ao combate
A plataforma virtual www. vivasemtabaco.com, oferece conteúdo gratuito para ajudar fumantes a se livrarem do cigarro. O site aborda assuntos como os riscos do uso, fumo passivo, as vantagens de parar, entre outros. O conteúdo segue as diretrizes para o tratamento do tabagismo do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A plataforma não substitui o atendimento tradicional realizado por um profissional de saúde.