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Câncer de pele corresponde a 33% dos casos da doença no país

Segundo a dermatologista, cerca de 10 minutos por semana, com um terço do corpo exposto já é suficiente para produzir a vitamina D necessária / Foto: Pixabay

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano, cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele são registrados no Brasil. Desse total, 177 mil ocorrências são do tipo não melanoma (espinocelular e basocelular) e os outros 8,4 mil são melanomas. Atualmente, a patologia é responsável por 33% dos diagnósticos de tumores malignos no país. Devido ao alto número de diagnósticos, a campanha Dezembro Laranja surge justamente com o propósito de conscientizar sobre os riscos e ressaltar a importância da prevenção.

A dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais (SBD-MG), Paula de Rezende Salomão, explica que a principal causa do câncer, na maioria dos casos, é o fator genético. “A hereditariedade desempenha um papel central. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente”.

Ela informa que os indivíduos de pele clara devem evitar a exposição excessiva ao sol. “Na infância é importante ensinar sobre a proteção da derme, pois os danos causados a ela durante anos podem virar câncer de pele na terceira idade”.

Paula acrescenta que pessoas negras possuem maior quantidade de melanina, porém, mesmo assim, devem seguir as mesmas recomendações que as de pele mais clara em relação à exposição solar. “Negros possuem mais melanina, isso já é considerado um protetor natural, mas eles também correm risco de ter câncer de pele. É menos frequente, mas acontece, principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés”.

Sinais

A dermatologista reforça que os sintomas, geralmente, podem se assemelhar a pintas ou outras lesões benignas. “Pequenas verrugas que se tornam pruriginosas (provoca coceira), lesões na pele que lembram uma picada de inseto de aparência elevada, brilhante, avermelhada, com crosta central, áspera e que sangra. Outro tipo, relacionada ao melanoma, são pintas pretas ou castanhas que mudam de cor e textura; ou uma mancha ou ferida que não cicatriza”.

A dona de casa, Marilene Silva, de 47 anos, diz que sempre gostou de tomar sol. “Há 2 anos, notei uma pinta nas costas. No início, não me preocupei, mas, depois de alguns meses, notei que ela cresceu e passou a coçar. Procurei um dermatologista que me examinou e marcou a cirurgia para retirada e biópsia”.

Marilene conta que, após o procedimento, retornou ao consultório para saber o resultado. “Aquela pinta era um melanoma maligno, ou seja, um câncer de pele em estágio inicial e sem metástase. Foi feita a remoção da pinta com ampliação de margens para não ficar com nenhum vestígio do tumor”.

Cuidados

O tratamento mais comum são as cirurgias, com a retirada das lesões suspeitas e o exame anatomopatológico para confirmar o diagnóstico. “No caso do carcinoma basocelular é raro que se espalhe para outros órgãos, por isso, se houver controle local é mais tranquilo em relação à cura. O espinocelular possui um risco maior, deste modo, quando há lesões na face, analisamos os linfonodos, que são as ínguas no pescoço e, se necessário, utilizamos ultrassom e tumografia para detectar alguma metástase”, afirma Paula.

Segundo ela, é fundamental usar filtro solar todos os dias. “Em períodos nublados temos uma diminuição da radiação ultravioleta de aproximadamente 30%, o que não é suficiente e devemos usar protetor sempre. O importante é termos a consciência de nos protegermos com óculos, bonés e não ficarmos tanto tempo no sol. Até porque, cerca de 10 minutos por semana, com um terço do corpo exposto, já é suficiente para produzir a vitamina D necessária”, finaliza.