Há anos, o MBD comandava as casas legislativas dos estados e a Nacional, entretanto, após ter o nome de vários membros envolvidos em esquema de corrupção, o partido teve uma queda brusca na representatividade. Para se ter uma ideia, em 2014, a legenda conseguiu eleger 66 deputados federais e, na ocasião, tornou-se a segunda maior bancada da Câmara Federal. Já em 2018, nas últimas eleições, o número de parlamentares caiu para 34 e o partido é apenas o quarto na bancada.
Em Minas Gerais, a tendência de queda também se confirmou, sendo que em 2014 eram 10 deputados federais e, em 2018, a legenda elegeu 7 representantes. E é com o intuito de voltar a ter bons dias que Saraiva Felipe quer continuar na presidência do MDB.
Atualmente, ele ocupa esse cargo provisoriamente, após os parlamentares terem entregado um documento com a renúncia de 55 integrantes do diretório estadual. A iniciativa foi para demonstrar insatisfação com o então presidente estadual, o ex-vice-governador Antônio Andrade.
Com uma vasta experiência política em cargos burocráticos, como ministro e secretário estadual de Saúde ou ocupando funções eletivas, como deputado por seis mandatos, Saraiva diz que vai reorganizar o MDB. “Quero recompor o partido a partir da base, renovar ideias, trazer novos quadros e lideranças comunitárias, evitar intervenções arbitrárias nos diretórios municipais e reunir a militância”.
Sobre o que está acontecendo atualmente com a legenda, ele afirma que é um desgaste natural das siglas que fizeram parte da nova república. “O MDB, particularmente, estava na base de um governo mal avaliado, apesar de tomar medidas econômicas no rumo certo. Não soubemos dialogar com a sociedade, respondendo a anseios elementares como as questões de segurança e a corrupção que infestou a vida pública, etc”.
Para o partido voltar a crescer, Saraiva acredita que eles precisam superar as divisões recentes. “Vou disputar a eleição para a presidência do partido com a maioria dos deputados federais e estaduais ao meu lado. Todos querem um MDB grande e forte novamente, pois já sangramos bastante nas últimas eleições”.
Caso continue no cargo, o ex-parlamentar quer expandir o partido para outras cidades mineiras. “Primeiro, o MDB só existe em cerca de 400 municípios do estado. Por meio das coordenadorias regionais, teremos que criá-lo em todo o estado, contando com lideranças tradicionais, mas sobretudo trazendo novas lideranças, fazendo reuniões nos quatro cantos de Minas”, finaliza.