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Eleição para o governo do Estado será duelo de titãs

Os gestos e articulações do governador Fernando Pimentel (PT) são próprias de quem, efetivamente, desfraldou a bandeira visando entrar em campo em busca da reeleição de 2018. No entanto, essa guerra promete ter um oponente à altura: Antonio Anastasia (PSDB). O senador deverá enfrentar Pimentel para o governo de Minas, ou seja, a briga será de cachorro grande. O nome do tucano circula como um possível candidato, porque ele foi o último governador do PSDB em Minas, Estado no qual a legenda governou durante 11 anos.

Pimentel tem o apoio de importantes prefeitos, inclusive, da região metropolitana que, por enquanto, ficam no anonimato. O seu time é viçoso, começando pelo influente prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PHS). Aliás, Medioli exerce controle preponderante na atual administração estadual, especialmente, nas secretarias de Segurança Pública, Fazenda e Meio Ambiente. Outro possível apoiador deverá ser o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS).

Do outro lado, Anastasia traz um exército poderoso que o apoia: nomes como Marcio Lacerda (PSB), Dinis Pinheiro (PP), deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), senador Aécio Neves (PSDB) e ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) fazem parte de seu grupo.

Jogo político

Desde o início do ano, Pimentel tem realizado visitas no interior do Estado. Em sua última aparição, em Diamantina, o tom da fala foi moldado pelo viés político, inclusive essa pode ter sido uma manobra para o início de sua entrada em cena, com o intuito de consolidar sua presença junto às lideranças municipais.

Já na capital, para dividir o PMDB, Pimentel nutriu ao longo de 3 anos, um bom relacionamento com toda a bancada do partido na ALMG, presidida por Adalclever Lopes. Como se não bastasse, a bancada federal está se desmembrando, com a aproximação de Newton Cardoso e, seu filho, o deputado Newton Cardoso Junior. Aliás, a indicação do secretário Jairo Isaac para a Pasta de Meio Ambiente é fruto desse elo político. É importante salientar que Isaac foi secretário de Estado da Fazenda, quando Cardoso era governador por Minas.

Em um encontro na Fazenda Rio Rancho, Newton Cardoso, disse que ficaria ao lado de Pimentel no próximo ano. Falando no PMDB, o atual vice-presidente da Câmara Federal, deputado Fábio Ramalho, é outro nome da sigla que se transformou em parceiro do governador, servindo de elo nas demandas e pleitos do governo estadual em Brasília.

As insinuações do meio político indicam a possibilidade de Pimentel, caso realmente seja candidato, estabelecer uma aliança com muitos partidos políticos. No entanto, historicamente, é possível perceber que viabilizar uniões com base em número de siglas partidárias acontece, rotineiramente, com quem está no poder, embora nem sempre ocorra um resultado equivalente quando se abre as urnas.

Cantando vitória?

Alguns auxiliares de Pimentel já esboçam, nos bastidores, os detalhes de um segundo mandato do petista, como se o resultado da eleição fosse previsível com tanta antecipação. Porém, a crônica política mineira sabe que até a contagem dos votos tudo pode mudar.

Investigados

Tanto o petista quanto o tucano tiveram seus nomes envolvidos com a justiça. Pimentel foi indiciado duas vezes pela Polícia Federal por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2014. O governador é uma das principais figuras na Operação Acrônimo. Com Anastasia a história não é muito diferente. Ele teve sua imagem relacionada às vantagens indevidas em forma de doações de campanha eleitoral em 2009 e 2010. Além disso, o tucano teria recebido, na eleição de 2014, contribuições de empreiteiras e de um banco citados na Lava Jato. Ambos negam qualquer tipo de envolvimento em algo que não seja lícito.