O desemprego tem se tornado um problema mundial, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que o desemprego afetará 201 milhões de pessoas neste ano e mais 2,7 milhões em 2018, esses dados são do Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo, um dos motivos é que o ritmo de crescimento da força de trabalho é maior do que o de criação de empregos.
Segundo o estudo, a situação dos países emergentes é ainda pior, estima-se que um a cada dois trabalhadores estará em emprego vulnerável – sem benefícios e condições legais –, e o alerta é que na América Latina os desafios serão grandes, pois ela ainda se recupera das recessões econômicas e políticas. Outro ponto importante é que esse problema afeta, consequentemente o mal-estar social e amplia a migração em muitas partes do mundo.
Ainda de acordo com os dados, de 2009 e 2016, a quantidade de pessoas em idade ativa que deseja migrar para o exterior aumentou em quase todas as regiões do mundo, exceto Sul da Ásia, Sudeste Asiático e do Pacífico, contudo, o aumento mais importante foi na América Latina, Caribe e nos Estados Árabes.
O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que no último trimestre, encerrado em novembro de 2016, o Brasil tinha 12,1 milhões de desempregados, e para este ano a OIT prevê que o índice de desemprego no país será de 12,4%. Esse problema mundial é um fator que para a OIT pode ocasionar o aumento do risco de agitação (protestos, boicotes, rebeliões etc) social e descontentamento da população em todas as regiões do mundo.
Cenário mineiro
Para muitas pessoas o ano de 2017 começou com o objetivo de se recolocar no mercado de trabalho. Até o segundo trimestre de 2016, em Minas, a população de desempregados somava 1,2 milhão de pessoas. Em Belo Horizonte, o índice de desemprego chegou a 168 mil, segundo dados do IBGE.
Na primeira semana deste ano, havia cerca 1.500 vagas de emprego nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Minas Gerais, gerenciados pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese). Já entre os dias 30 de janeiro e 03 de fevereiro, contamos a oferta de 110 vagas na página do Sine da capital.
A especialista em gestão estratégica de pessoas Jacqueline Rezende afirma que é difícil definir quais são as vagas mais comuns no mercado, mas ressalta que as empresas estão fazendo uma reestruturação nas áreas e que os cargos mais requisitados são os de base. “A área operacional tem uma maior relevância na contratação, como, vigia, recepção, auxiliar administrativo, financeiro. Já a indústria, não está com essa intensidade que esperávamos”, aponta.
Ela diz ainda as empresas está dispensando as pessoas mais especializadas, como os analistas e supervisores e estão colocando os assistentes, tentando os transformar em especialistas. “Isso, para tentar manter o capital intelectual dentro da empresa, pois a folha de pagamento representa mais de 30% do custo da empresa e, em alguns casos, custam até 60%. Hoje, em dia, é difícil uma empresa ter uma boa rentabilidade devido as condições do mercado”, aponta.
Contudo, segundo a especialista, esse tipo de mudança no quadro funcional implica em vários cenários e também nas oportunidades. “Primeiro há a perda da qualidade da mão de obra e o outro ponto é que esse é o momento ideal para que as pessoas invistam em qualificação profissional para mostrar que é merecedora dessa nova oportunidade”, expõe.
Já para quem tem um bom currículo e estava em uma posição superior, a sugestão da especialista é: continue a se qualificar. “Tenho um pouco de resistência na questão de empreender pois, hoje, um empreendedor trabalha mais de 16 horas por dia e ele precisa ter tino, formação e entendimento no que vai trabalhar. O ideal é se recolocar ganhando menos, pois o importante é estar em movimento”, garante. Outro fator que ela desmistifica é a questão do tempo de trabalho. Ela afirma que, hoje, o importante são as entregas de resultados. Não importa se a pessoa ficou na empresa por 3 ou 6 meses, o primordial são os projetos que executou e seus resultados.
A profissional destaca algumas das principais características que empregadores estão buscando:
- Visão de futuro
- Boa oratória e criatividade
- Capacidade de negociar
- Comportamento ético
- Trabalhe em equipe
- Liderança
Para ela, a crise só existe para quem não enxerga oportunidades e não procura se qualificar para garantir diferenciais. “Os profissionais comprometidos, qualificados, responsáveis e com vontade de crescer terão lugar nas vagas em aberto durante 2017”, afirma.