A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória crônica que pode afetar todo o sistema digestivo. Os sintomas mais comuns são diarreia, dores abdominais e rápido emagrecimento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a patologia afeta entre 12 e 55 indivíduos a cada 100 mil habitantes. A doença não tem cura, mas existem tratamentos modernos que garantem uma melhor qualidade de vida ao paciente.
O coloproctologista Antônio Lacerda Filho explica que a causa do problema ainda é desconhecida. “Uma das hipóteses é que tenha origem a partir de um distúrbio genético. O intestino delgado e o intestino grosso são os segmentos mais acometidos”.
Diagnóstico
Ele ressalta que o diagnóstico é feito a partir de exames. “Todo paciente, sobretudo jovem, que desenvolve um quadro crônico de diarreia, dor abdominal e perda rápida de peso, é suspeito para alguma doença inflamatória intestinal. Existem ainda os casos de manifestações extraintestinais, pois como a enfermidade é autoimune, pode acometer outros órgãos”.
“Na suspeita da doença, são realizados exames endoscópicos, radiológicos e tomografia para investigar o intestino delgado. Também devem ser feitas biópsias e exames laboratoriais, já que muitas vezes o paciente desenvolve anemia e outras alterações laboratoriais. Baseado nos resultados, chega-se ao diagnóstico de Crohn”, completa.
Tratamento
Filho reforça que a doença de Crohn não possui cura. “O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também por planos de saúde, inclusive, a disponibilização dos medicamentos de alto custo. O diagnóstico precoce é importante para ter sucesso nos resultados e para evitar possíveis complicações e cirurgias”.
Na avaliação do especialista, muitas vezes, o paciente demora a procurar um médico. “Isso porque confundem a doença de Crohn com uma intoxicação alimentar ou de fundo nervoso. Além disso, alguns médicos, principalmente os que atuam no cuidado básico, não têm o conhecimento adequado da patologia. A pessoa pode conviver vários anos com o problema e sem o diagnóstico e tratamento adequados”.
O médico alerta que o diagnóstico tardio pode trazer complicações. “Como é um processo inflamatório crônico, costuma levar ao estreitamento do intestino ou a quase obstrução intestinal, sendo necessária uma cirurgia de urgência. A demora para o início do tratamento faz a doença evoluir e compromete cada vez mais a qualidade de vida do paciente”, conclui.