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Rally: Minas volta para o calendário das competições

Conceição do Mato Dentro (MG), localizada a 167 km da capital, agora faz parte da agenda dos campeonatos Brasileiros de Rally Cross Country e Rally Baja. Devido a sua geografia e belezas naturais, a cidade receberá o Rally Minas Brasil entre os dias 09 e 11 de março. Uma das novidades é que a disputa também valerá pela etapa de abertura do Campeonato Mineiro de Rally.

Segundo o CEO da Rallymakers Fernando Bentivoglio, serão 2 dias de provas em um percurso de 150 km cada, com trajeto cronometrado. O roteiro montanhoso oferecerá todas as variáveis que este tipo de relevo pode proporcionar. “Há a largada e chegada controlada por fotocélula, desta forma é feita a soma do tempo dos 2 dias para determinar o vencedor da prova nas diversas categorias”.

Ele explica que são premiados os classificados até o 5º lugar de cada categoria e até o 3º colocado no tempo geral do rally entre as diversas classes: motocicletas, quadriciclos, UTVs (Utility Task Vehicle, sigla em inglês) e carros. “Dentro de cada classe há categorias que separam os veículos. Não há premiação em dinheiro, e sim troféus”.

A expectativa é que mais de 100 competidores se inscrevam para o campeonato. “Além do relevo que irá proporcionar uma prova especial, pois enxergamos aqui um lugar para disputa de padrão internacional, a cidade já é conhecida por fazer parte do roteiro de turismo de aventura que irá promover bons momentos de lazer aos competidores e o público. Por meio do esporte conseguimos mostrar o que o Brasil tem de melhor, já que ele fomenta o turismo”, diz.

O piloto Marco Antônio Pereira, atual campeão mineiro na categoria das motos, também vai participar do campeonato. Ele conta que pratica o motociclismo off-road há 23 anos. “Já fui campeão mineiro e brasileiro da modalidade. Mas me encontrei mesmo no rally em 1999 quando participei de uma prova na Serra do Cipó, o Baja Cipó 1000, no qual fui o melhor brasileiro na prova na categoria super production (que era para pilotos profissionais e estrangeiros), mas sou semiprofissional”.

Hoje, ele compete na categoria production, para pilotos semiprofissionais. “Tendo como base a marca internacional, considero que a minha melhor foi nesta de 1999, pois estava competindo em uma categoria superior e tive um resultado ótimo. O último ano foi bem legal, 2017 fui campeão mineiro de rally e brasileiro de production. Além disso fui vice-campeão do rally dos Sertões”.

Em relação ao Rally Minas Brasil, Marco conta que já está se preparando. “Conceição do Mato Dentro é um lugar muito bom. Ia lá quando era mais novo para fazer trek, escalar, caminhar e passear. Estou ansioso para fazer essa prova. A expectativa é a melhor possível, porque estou indo para brigar pela vitória na categoria motos”.

Estrutura
O evento será realizado dentro dos padrões exigidos pela regulamentação das Confederações dos Desportos e pelas legislações pertinentes. “A Rallymakers é autorizada e fez todo o levantamento em conjunto com as equipes das Secretarias de Turismo e de Meio Ambiente da cidade. A prefeitura está engajada”.

O parque de apoio será montado no aeroporto de Conceição do Mato Dentro, que está situado na área urbana. Isso facilitará o acesso da população ao evento para que tenham contato com o esporte, bem como dos participantes, com os serviços essenciais, a exemplo de postos de combustível, oficinas, restaurantes e hotéis.

Esporte arrojado
Bentivoglio diz que não se sabe ao certo o número de adeptos ao esporte, mas estima que supere mil. “Como o rally possui muitas vertentes, temos a impressão que existem cerca de mil pilotos, uns 200 competidores e pelo menos os 100 melhores estarão na prova de abertura. Posso dizer que é a classe mais arrojada da modalidade de esporte a motor off-road”.

O CEO diz ainda que quem tem interesse em ingressar neste esporte o valor depende do veículo escolhido. “Se for uma motocicleta, por exemplo, é possível iniciar com um investimento que pode variar entre R$ 15 e R$ 20 mil mais o equipamento de segurança pessoal. Já um carro protótipo com padrão internacional pode custar até R$ 1,5 milhão. É uma gama muito grande. Hoje, a classe que mais cresce são as UTVs que estão na faixa de R$ 130 mil”.

Os equipamentos podem ser facilmente encontrados em território nacional. “Nem tudo é fabricado aqui, mas é possível encontrar tudo”. Além do equipamento, Bentivoglio aponta que o condicionamento físico é importante para conseguir uma boa colocação na prova. “Na nossa modalidade além da questão técnica e equipamentos de ponta, a condição física do competidor conta muito”.

Por fim, em relação a visibilidade do esporte ele afirma que estão passando por um momento promissor devido a duas conquistas inéditas. “O Brasil é bicampeão no Rali Dakar – um dos mais difíceis do mundo – nunca tínhamos conseguido um título na classe de UTV. Desta forma, o esporte tem ganhado uma motivação extra e espaço que ainda não havia alcançado”, finaliza.

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