Desde o início da pandemia eu venho repetindo a mesma coisa: não se pode liberar geral e nem fechar tudo.
É muito simples, se as autoridades liberarem o comércio e todas as demais empresas para funcionarem sem nenhuma restrição, logicamente haverá muito mais aglomerações de pessoas e, consequentemente, mais contaminações pela COVID-19.
Nesse caso, o sistema público de saúde, e até o privado, certamente não terá condições de prestar atendimento aos enfermos e muitos morrerão.
Se fechar tudo ou quase tudo, como é o caso de Belo Horizonte, grande parte das empresas vão fechar, quebrar, como milhares já quebraram e o desemprego, que já é muito alto, irá aumentar e muitas pessoas vão morrer de fome.
Então o segredo é promover uma flexibilização gradual, com planejamento e acompanhamento da situação da saúde. Mas, para isso terá que haver investimento para a ampliação da capacidade de atendimento da saúde pública, aumentando o número de leitos, respiradores e UTIs.
Dizer que não há recursos para ampliar o atendimento médico aos enfermos não justifica. O mundo está vivendo uma situação de guerra com coronavírus. E, em uma situação de guerra, para salvar vidas, vale tudo. Se a prefeitura não tiver dinheiro, que vá buscá-lo junto ao governo do Estado, à União ou ate no mercado financeiro.
Esse negócio de dizer que Belo Horizonte está com 88% de ocupação nas UTIs e que só vão flexibilizar quando esse percentual for reduzido a 70% é embromation. Na capital mineira o percentual de ocupação das UTIs públicas sempre foi nesta faixa de 90% e muitas das vezes até faltaram UTIs.
Assim, se for esperar o percentual de ocupação das UTIs baixar a 70%, o comércio de Belo Horizonte nunca será aberto e, com certeza, haverá uma quebradeira generalizada em nossa capital. Que Deus dê juízo aos nossos governantes.
*Fabiano Lopes Ferreira
Advogado, empresário e conselheiro benemérito do Clube Atlético Mineiro
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