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Novo Cangaço brasileiro

Um dos temas a turbinar o noticiário político de Brasília em 2025 refere-se a Proposta de Emenda Constitucional, intitulada PEC da Segurança Pública, estabelecendo uma atuação em conjunto da Força Nacional de Segurança em parceria com estados e municípios, com o objetivo de tentar controlar o crime organizado, cujos atos maléficos já perpassam as fronteiras dos estados, alçando tentáculos até mesmo na esfera internacional.

O tema está em debate no Congresso Nacional, com um certo grau de desconfiança e discordância de alguns governadores, por entenderem que a adoção desse novo sistema significa interferência de Brasília junto às Forças de Segurança dos estados, uma prerrogativa atinente aos aludidos chefes dos Executivos.

Especialistas no assunto consideram que essa falta de sintonia desses governadores com o Palácio do Planalto tem a ver com a polarização da política brasileira. Na realidade, o problema da falta de segurança, ocasionada por ações cada vez mais violentas dos marginais, traz à luz da verdade: isoladamente nenhum ente federado é capaz de barrar a escalada de tensão gerada entre os meliantes contra a população civil brasileira.

Enquanto não se dissemina essa tensão entres os poderes, os agressores vão espalhando o medo nas grandes cidades, cometendo roubos e furtos contra pessoas comuns, mas também fazem vítimas no setor rural, uma modalidade bárbara nunca vista em mais de 500 anos de história do Brasil.

A sociedade brasileira não deve esquecer o inquietante discurso do prefeito de Guaxupé, Jarbas Filho, diante de uma recente atuação dos criminosos na cidade, que atentaram contra o Quartel da Polícia Militar, atearam fogo em bens públicos e invadiram uma agência bancária. A imprensa brasileira propala de que se trata de um Novo Cangaço, agora atuando em Minas, preferencialmente na região Sul do Estado, por sua limítrofe fronteira com São Paulo, estado sabidamente dominado pelos marginais da facção PCC.

O prefeito sentenciou que se trata de um ato de terrorismo, trazendo inquietação a uma cidade onde as pessoas sempre viveram na maior tranquilidade ao longo de décadas. Enquanto as autoridades se desentendem a respeito do novo modelo de segurança a ser implementado no país, os vadios vão realizando ações cada vez mais audaciosas em Minas e no Brasil.

Em verdade, é hora de caminhar para um consenso sobre esse tema, tirando o povão desse verdadeiro fogo cruzado, ocasionado pelo viés ideológico. O bem-estar de todos deve estar acima dessas mesquinharias, atualmente a dominar o cotidiano de nossa gente.