É motivo para comemorar a notícia que o Brasil registrou a menor taxa de mortalidade infantil e fetal por causas evitáveis dos últimos 28 anos, segundo divulgado pelo Ministério da Saúde. Paralelamente ao fato, enfatiza-se o alerta para as enormes desigualdades regionais que fazem com que a geografia seja um fator determinante, no sentido de permitir à criança conseguir ou não viver até o primeiro ano de vida. Essa observação é da diretora do Centro de Treinamento da Sociedade Mineira de Pediatria, Marcela Damásio.
Atinente ao tema em pauta, os números são positivos dentro de uma análise do quadro geral. Nas últimas décadas, o índice de mortalidade até 1 ano apresentou queda de 62%, sendo o menor número de uma série histórica desde 1996. Fontes do Ministério da Saúde asseguram que a redução mais considerável na taxa ocorreu nos anos de 2006 a 2007, quando foram registradas 34 mil e 31,9 mil mortes infantis e fetais em cada um dos anos, respectivamente. O Brasil também diminuiu em 51,5% as mortes de crianças com até 5 anos de idade entre 2000 e 2022.
Marcela avalia que a taxa de mortalidade infantil caiu de forma sistemática a partir dos anos 1980/1990 até a primeira década do século 21. Muitas foram as contribuições para se chegar a esse resultado, com destaque para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), as campanhas de vacinação, a universalização da Atenção Primária, a redução da desnutrição, a melhoria do nível educacional das mães, além do programa de transferência de renda. Quando se faz uma comparação, a mortalidade infantil, em 1980 era estimada em 83 por mil nascidos vivos. Já em 2023, taxa está próxima de 14 por mil nascidos vivos, como destaca relatório da Fundação Abrinq.
A preservação de mais vidas dos recém-nascidos é uma vitória da sociedade brasileira, porém, as famílias mais vulneráveis ainda carecem galgar um padrão de vida com dignidade. Roga-se aos governantes a criação de políticas públicas visando uma melhor distribuição de renda, caminho mais curto para minimizar essa demanda tão singular rumo ao um país desenvolvido.