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Pesquisa aponta que 48% dos moradores se sentem inseguros nas ruas de BH à noite

Foto: Adão de Souza/PBH

 

Um estudo do Datafolha revelou como as pessoas se sentem ao andar à noite nas ruas de Belo Horizonte. 48% dos entrevistados confessaram que se sentem “muito inseguros”, 27% disseram que se sentem “um pouco inseguros”, 19% responderam “mais ou menos seguros” e 6% “muito seguros”. O levantamento entrevistou 910 pessoas maiores de 16 anos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

“A sensação de insegurança é uma realidade que precisa ser enfrentada com urgência. É fundamental que o poder público intensifique a presença policial em áreas mais críticas e promova ações de prevenção à violência. É necessário um esforço conjunto entre a sociedade e o governo para criar um ambiente mais seguro. Campanhas de conscientização e programas de iluminação pública em áreas estratégicas podem ajudar a melhorar a sensação de segurança”, sugere o especialista em segurança pública, Marcelo Cunha.

Ainda na avaliação de Cunha, à medida que Belo Horizonte se aproxima das festividades de fim de ano, o desejo por um espaço público mais seguro se torna ainda mais urgente. “A cidade, conhecida por sua hospitalidade e vida noturna vibrante, enfrenta o desafio de resgatar a confiança de seus moradores. A insegurança noturna na capital é um reflexo de uma série de fatores, incluindo a desigualdade social e a falta de políticas públicas efetivas. É crucial que a cidade desenvolva estratégias abrangentes para melhorar a segurança e restaurar a confiança da população”.

Além da segurança, a pesquisa também revelou que os eleitores de Belo Horizonte priorizam a saúde e mostrou que 21% dos entrevistados a consideram como a prioridade principal. A segurança ocupa a segunda posição, com 18% das respostas. A situação dos moradores de rua e a educação são igualmente importantes para 12% dos participantes.

Além disso, a percepção dos cidadãos sobre serviços específicos também foi avaliada. No setor de saúde pública, os centros de saúde obtiveram uma nota média de 6,9, enquanto as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) receberam 5,7. O hospital municipal e o Serviço de Atenção Domiciliar foram avaliados com notas de 7,5, e os Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAM) também tiveram a mesma pontuação.

Em relação ao sistema de ônibus da capital, os resultados mostram uma avaliação variada. A limpeza dos ônibus recebeu 28% de avaliações como ótimo ou bom, enquanto 37% consideraram o serviço regular e 35% avaliaram como ruim ou péssimo. A conservação e o conforto dos ônibus tiveram notas semelhantes, com 23% e 35% dos usuários, respectivamente, classificando-os como ótimo ou bom, e 41% a 42% os considerando ruins ou péssimos.

A segurança no transporte também teve 22% de avaliações positivas, com 43% indicando uma percepção ruim ou péssima. A qualidade geral dos ônibus foi classificada como ótima ou boa por 16% dos entrevistados, com 55% considerando ruim ou péssima, e o preço e o tempo de espera obtiveram as piores avaliações, com 63% e 65% de respostas negativas, respectivamente.

Para a socióloga Andreia Lima, implementar estratégias de forma coesa e contínua pode promover um ambiente mais seguro, saudável e educacionalmente enriquecedor para todos os cidadãos. “É fundamental integrar políticas de segurança, saúde e educação em um planejamento urbano que atenda às necessidades da população, além de utilizar dados e análises para identificar áreas prioritárias e monitorar o progresso das iniciativas”.

“Também é crucial fomentar a participação da comunidade nas decisões sobre políticas públicas, criar parcerias entre diferentes setores do governo (saúde, educação e segurança) para implementar soluções conjuntas, buscar financiamento por meio de parcerias público-privadas para garantir a continuidade das ações”, finaliza.