O dantesco espetáculo oferecido pelos deputados, membros da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal, na semana que passou, continua dando o que falar. A imprensa, mesmo aquela que gosta de demonstrar uma boa confusão, se assustou ao transmitir os fatos. A troca de ofensas, ameaças, tapas e palavrões mostrou bem o nível dos nossos parlamentares. De todos os lados, mas sempre existem dois nomes metidos nas brigas: os deputados André Janones e o mineiro Nikolas Ferreira.
Essa demanda já dura meses. Sempre que podem, um cutuca o outro. Aí tem turma que fomenta e alguns do “deixa disso”. Mas dessa vez, além das intervenções, passou para a briga de botequim com “me espera lá fora”.
A Comissão discutia o projeto de lei de autoria da deputada Maria do Rosário que institui a responsabilidade do Estado Brasileiro em identificar, publicamente, lugares de repressão política utilizados por agentes da ditadura militar.
Erundina fez um discurso de seis minutos, já que é a relatora, mas recebeu de volta uma onda de questionamentos desrespeitosos por parte dos deputados e teve que deixar a sala direto para uma unidade médica. Ainda foram registradas agressões de assessores de deputados aos cidadãos presentes que também ofenderam deputados. A ira do deputado Zé Trovão, debaixo de um chapéu de dar inveja a John Wayne, foi absurda. Precisou de muita gente para conter o valentão. Parece que as reuniões precisam ser acompanhadas pelo VAR, porque atualmente está valendo de tudo, mas o interesse pelos problemas do povo vai sempre saindo pelo ralo.
Atualmente, o comportamento dos nobres deputados é bem menos respeitoso do que encontro de coronéis no famoso Bataclã da Madame Maria Machadão nos contos de Jorge Amado. Lá não se cuspia no chão e as damas eram tratadas com respeito.
Pitaco 1: O crescimento da direita na Europa serve de um alerta para os governos de esquerda. Mostra por lá que os mais jovens não andam nada satisfeitos com a atuação dos representantes, nem dos movimentos que antes tentavam ajudar os mais pobres. Perderam cadeiras no Parlamento Europeu, assim como os ecologistas, quando o mundo atravessa uma das mais sérias crises climáticas. A decisão do presidente francês de dissolver o parlamento e marcar eleições para os próximos 30 dias mostra sua insatisfação. Sua derrota nas eleições, no último domingo, foi um recado para que ele cuide mais dos problemas internos e deixe a proposta de ser o grande líder europeu para depois de arrumar a casa. Isto vale para todos. A direita com suas ideias, muitas estapafúrdias, vai mostrando sua garra. Aquela vontade de fechar a Europa para os imigrantes vai ganhando corpo. E pode começar pela França, onde Macron vai tomando só goleadas. Os conservadores e partidos de direita começam a botar a cara e vão ganhando, cada vez mais, o apoio dos jovens. Ao contrário, os países baixos começam a gostar da esquerda e mantêm a chama acesa, mesmo que de maneira bem simplificada e sem crises econômicas começam a tentar mudar os rumos políticos. Quem sabe podem se transformar em exemplos para os demais. Mesmo com baixas populações, o que torna a administração mais fácil como saúde, educação e transportes.
Pitaco 2: É sempre bom assistir uma apresentação do grupo Rolling Stones. A jovialidade de Mick Jagger contagia sempre. É um motivo a mais para ter força para viver, mesmo que ele tenha tanto dinheiro e a gente não. Gostamos da mesma coisa, o rock.