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Médico esclarece dúvidas sobre vacina e remédio contra a dengue

Foto: Pixabay

Desde o dia 27 de janeiro, Minas Gerais está em situação de emergência por causa da dengue. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até o dia 21 de fevereiro, 86.184 casos foram confirmados, outros 250.164 prováveis e 26 óbitos. Pelo menos 71 municípios haviam decretado situação de emergência devido à doença.

Na avaliação do médico infectologista Unaí Tupinambás, é necessário um trabalho conjunto entre governos e a população no combate ao mosquito Aedes aegypti. “Apenas a vacinação não irá erradicar o problema. É preciso uma cooperação do Ministério da Saúde, com as secretarias estaduais e municipais de saúde no combate à doença. A população tem que realizar a limpeza de lotes e fazer uma varredura semanal da sua casa, para poder eliminar os criadouros do mosquito”.

“Quando atingirmos um alto número de pessoas vacinadas, essa epidemia que estamos tendo agora, com vários pacientes necessitando de internação, irá diminuir e desafogar o sistema de saúde”, completa.

Vacinas são seguras

A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), no final de 2023. Em Minas Gerais, a expectativa da SES-MG é que as doses sejam aplicadas em março, e serão direcionadas ao público de 10 e 11 anos, nas cidades que atendem aos critérios recomendados pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações e da Organização Mundial de Saúde (OMS) que são: possuir pelo menos um município com mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.

Tupinambás explica que os imunizantes ou produtos farmacológicos liberados por entidades reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são seguros. “Eles passam por critérios de segurança e pesquisas clínicas. Caso ocorra algum problema, é feita uma reavaliação e novos testes”.

“99% dos efeitos colaterais desses produtos não ocorrem antes de seis a doze meses do seu uso. Os estudos clínicos da vacina, tanto do Butantan quanto da Takeda, têm mais de três anos de acompanhamento, e foi observado que o benefício supera o risco de efeitos colaterais. Lembrando que todo medicamento aprovado já passou pelo clínico de segurança”, complementa.

Remédio ineficaz

Nos últimos meses, começou a circular nas redes sociais que a ivermectina seria eficaz para o tratamento da dengue. E segundo uma plataforma de medicamentos, as buscas em seu site pelo medicamento aumentaram 44%, apenas nos primeiros 15 dias de fevereiro.

O infectologista esclarece que o vermífugo não é adequado e nem eficaz no combate à doença. “A população deve procurar as unidades de saúde para receber atendimento adequado em caso de suspeita de dengue”, conclui.

Orientações

Por meio de nota, a SES-MG reforça que para prevenir a proliferação do mosquito causador da dengue e chikungunya, é fundamental a adoção de ações de proteção coletiva, como remoção de locais onde há acúmulo de água e eliminação de criadouros, além de tampar as caixas d’água e realizar a limpeza das calhas.

Para a proteção individual contra a picada do mosquito, recomenda-se o uso de repelente, inclusive por pessoas com sintomas ou já diagnosticadas com dengue ou chikungunya, uma vez que o mosquito pode se infectar ao picá-la e transmitir a doença para outros indivíduos.

Em caso de sinais e sintomas como febre alta, dor de cabeça e/ ou atrás dos olhos, dor no corpo, náusea ou dores abdominais, a SES-MG recomenda a busca pelo atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que estão preparadas para fornecer o devido tratamento e no tempo oportuno.