Home > Economia > Brasil fecha 2023 com quase 1,5 milhão de novos empregos

Brasil fecha 2023 com quase 1,5 milhão de novos empregos

Todos os grupos econômicos registraram mais contratações / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pelo terceiro ano consecutivo, mais pessoas foram contratadas do que demitidas no Brasil. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 23.257.812 trabalhadores foram admitidos e 21.774.214 desligados, gerando um saldo positivo de 1.483.598 empregos formais, no acumulado de 2023. Em média, cada indíviduo recebeu um salário médio de R$ 2.037,94.

Todos os setores econômicos fecharam o ano com saldo positivo de vagas. O setor de serviços (886.256) e o comércio (276.258) foram os que mais criaram novos postos de trabalho com carteira assinada. Na sequência, construção (158.940), indústria (127.145) e agropecuária (34.762).

Na avaliação do economista Diogo Santos, os números do comércio e serviços, que somados criaram 1.162.784 novos postos de trabalho, refletem a grande participação destes setores na economia brasileira e a sua maior necessidade de mão de obra. “Eles incluem uma grande variedade de subsetores, como saúde, finanças, tecnologia da informação e supermercados. Quando a economia cresce, esses segmentos são os que mais contratam”.

Apesar de 2023 ter fechado com mais contratações do que demissões, ao comparar com o acumulado do ano anterior, o saldo de vagas de emprego é 26,3% menor, quando foram criados 2.013.261 novos postos de trabalho de carteira assinada. Santos explica que um dos fatores para essa diferença é que 2022 foi marcado pelo retorno pleno das atividades econômicas pós-pandemia.

“Isso provocou uma elevação do emprego mais intensa. Um segundo fator é que 2023 sofreu os efeitos do forte aumento da taxa básica de juros ocorrida no ano anterior. A desaceleração da economia causada pelos juros altos leva pelo menos dois trimestres para começar a surtir efeito. Desse modo, o crescimento em 2023 foi prejudicado, principalmente da indústria de transformação, que é um importante gerador de postos de trabalho formal”.

Na avaliação de Santos, os resultados positivos para 2024 dependem do ritmo de crescimento da economia brasileira ao longo do ano. “Se os planos de elevação de investimentos públicos e privados se efetivarem, poderemos ter um avanço na criação de empregos formais próximo ao de 2023, com uma composição generalizada entre os setores”.

Minas Gerais

O acumulado de 2023 em Minas Gerais também foi positivo. Ainda segundo os dados do Caged, 2.587.613 pessoas foram contratadas e 2.446.777 demitidas, saldo positivo de 140.836 novos postos de trabalho. O crescimento de 3,2% em Minas está em sintonia com outros estados do Sudeste, como São Paulo (3%) e Rio de Janeiro (4,7%).

Dados de dezembro

O último mês de 2023 encerrou com 1.502.563 admissões e 1.932.722 demissões, saldo negativo de 430.159 empregos. De acordo com o economista, esse resultado já era esperado. “Ele reflete um período em que as empresas estão ajustando seus planos para o ano seguinte, revendo estratégias, encerrando períodos de pico de produção ou aguardando uma demanda menor no início do ano. Portanto, a redução de mão de obra contratada faz parte desses ajustes”, conclui.