Os estrategistas dos movimentos eleitorais, a partir de agora, não podem mais ficar apenas nas conjecturas, em relação às campanhas às prefeituras. Neste ano, as atenções estão voltadas para o embate nos grandes municípios, principalmente, o comando administrativo de Belo Horizonte, cidade com quase três milhões de habitantes.
As primeiras análises sintetizam um roteiro lógico, ao menos no momento. Por exemplo, o atual prefeito Fuad Noman (PSD) tem na largada da campanha o atributo preponderante de possuir a máquina pública nas mãos. Paralelamente, eis que surge o parlamentar Bruno Engler (PL), bolsonarista de carteirinha. Ambos estão momentaneamente em ligeira vantagem sobre os demais pretendentes, exatamente por conta dessa realidade.
O perfil político, concatenado com conquistas de apoios dos dois nomes, Fuad e Engler, são completamente diferentes ideologicamente. O prefeito nutre a expectativa de ir para a peleja com toda a força emanada do Palácio do Planalto, inclusive com apoio de muitos partidos de esquerda, aliados do presidente Lula (PT). Por seu turno, o parlamentar do PL conta com a aproximação da direita mais radical, incluindo a bancada da sigla, tanto na Assembleia como dos parlamentares federais de seu partido.
“Fuad tem a força da máquina, o que já o torna um candidato forte. Mas o prefeito corre o risco de ver o jogo passar longe da avaliação da administração atual devido à polarização e, por isso, pode optar por buscar novos aliados”, vaticina o jornalista, cientista e professor da PUC Minas, Malco Camargos.
Jogo será pesado, é claro
Segundo analistas políticos da capital mineira, a maioria dos partidos aspira lançar candidatos, visando o reforço para a eleição de vereadores. As fontes ponderam que o único partido comprometido em eleger prefeito é o PSD, com Fuad Noman. “No PT, a avaliação indica que se a candidatura ocorrer será apenas para promoção de algum parlamentar. Enquanto isso, o Partido Novo exibe informações no sentido de marcar presença, sacramentando o nome de Luísa Barreto. O mesmo acontece com o PSDB, aproveitando o rescaldo político do ex- -deputado João Leite”.
Muitas siglas querem implementar uma candidatura própria com a finalidade de poder gastar plenamente os valores oriundos do Fundo Eleitoral. Existem os casos atípicos, como o presidente da Câmara de Vereadores, Gabriel Azevedo. Ele esteve em pré-campanha durante o ano passado inteiro, mas sequer filiou-se a um partido político até o momento.
Candidaturas próprias?
Diante deste cenário, a aposta indica na direção de candidaturas próprias nos seguintes partidos: Fuad Noman (PSDB), Bruno Engler (PL), Gabriel Azevedo, Paulo Brant (PSB), Luiza Barreto (Novo), Duda Salabert (PDT), Bella Gonçalves (PSOL), Rogério Correia (PT), Carlos Viana (Republicanos).
Convém mencionar dados relacionados ao comportamento do eleitorado nacional. E, ao fazer uma avaliação mais ampla, chama-se para o quadro da peleja mineira a pesquisa recente, apontando que 90% dos eleitores de Lula e Bolsonaro não mudaram e não pretendem mudar os seus votos. Isso mostra a possibilidade de uma escalada de farpas entre direita e esquerda nas eleições municipais, como resquícios do pleito eleitoral majoritário de 2022.