Eleito pelos belo-horizontinos como lugar que é a “Cara de Belo Horizonte” e apontado como o terceiro melhor mercado do mundo pela revista Latam, o Mercado Central completou 94 anos, no dia 7 de setembro. O principal ponto turístico para quem vem de fora e o lugar de encontro para quem vive na cidade, o local reúne as características mais marcantes da cultura mineira.
De acordo com a administração, o Mercado Central é o maior ponto turístico da capital mineira e o mais visitado. Possui 400 lojas em uma área construída de 25.460 m² e gera 2.620 empregos diretos. É o único mercado privado da América do Sul, tendo uma média de 32 mil clientes por dia, e aos sábados esse número sobe para 58 mil.
Dentro do mercado existem praças, como a da feijoada e a do abacaxi, em que os visitantes podem aproveitar a atmosfera do local. Lado a lado com bancas coloridas de hortifrutigranjeiros sempre frescos, disponibilizando um completo estoque dos mais variados produtos típicos da culinária mineira. Além de oferecer temperos, aromas, sabores, crenças e cores características de Minas Gerais.
O presidente do Mercado Central, Ricardo Vasconcelos, explica que o empreendimento foi criado em 1929 para ser o centro abastecedor de Belo Horizonte. “E de lá para cá, cumpriu muito bem esse papel. Ele foi o comércio mais importante da capital até os anos 1970, com a criação do Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas). A partir desse momento, o Mercado foi se reinventando a cada dia, representando não só Belo Horizonte, mas o Estado”.
Ele destaca ainda que o diferencial do Mercado é a sua mineiridade. “A gente recebe um público diversificado, os moradores da Zona Norte e Sul circulam pelos mesmos corredores. Temos uma segurança inquestionável e vários outros elementos que atraem o turista, mas eu vejo que o principal fator é o nosso jeito de atender, é a nossa mineiridade”.
Dados da instituição mostram que são vendidos, em média, 350 toneladas de queijo por mês. Vasconcelos destaca também mais dois produtos que estão entre os mais procurados. “A cachaça e o café, por conta de o Estado ser o maior produtor brasileiro do produto e possuir muita qualidade. Temos cafés que ganharam diversos prêmios e eles estão aqui, dentro do Mercado”.
O presidente finaliza dizendo que deseja que o empreendimento chegue aos 200 anos com o mesmo vigor que está aos 94. “O Mercado Central está completando mais um ano de vida com a força de uma jovem criança. Temos muitos desafios no dia a dia, porém, contamos com uma criatividade imensa, infindável e grandes parceiros e amigos”.
Mais de nove décadas de existência
Belo Horizonte tinha apenas 31 anos quando a prefeitura decidiu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47 mil habitantes da nova capital. Foi assim que o Mercado Central nasceu, unindo as feiras da Praça da Estação e a de Amostras da praça da atual rodoviária.
O novo mercado reuniu todos os feirantes, centralizando o abastecimento da população, em um terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, onde era o campo do América Futebol Clube. A prefeitura era a responsável por sua administração, regulamentava os preços dos produtos, além de cobrar impostos e aluguéis dos mercadores.
O Mercado Municipal funcionou desta forma até 1964, quando o poder municipal anunciou a venda do terreno, alegando impossibilidade de administrar o espaço. Para impedir o fechamento, os comerciantes do local se organizaram, criaram uma cooperativa e participaram do leilão. Arremataram os 22 lotes no dia 30 de janeiro de 1964.
Assim, como associação privada, o Mercado Central se estruturou. Bem organizado e com participação ativa dos comerciantes, ao longo dos anos o Mercado ampliava suas atividades, expandia seus negócios e se transformava em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato, da gastronomia mineira, tornando-se um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e um dos locais mais queridos pelos mineiros.