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Dor nas costas afasta 116 mil trabalhadores no Brasil

Oito em cada dez pessoas no mundo podem ter o problema / Foto: Shutterstock

Segundo dados do Ministério do Trabalho, durante todo o ano passado, 116 mil pessoas ficaram fora do trabalho por dor nas costas por mais de 15 dias.

De acordo com o ortopedista Maurício Martelletto, uma série de fatores podem causar o problema. “Postura errada, sedentarismo e até mesmo o fator genético. Por exemplo, uma pessoa que possui um gene da coluna do pai e o gene da bacia da mãe que é diferente. Como se fossem engrenagens, elas não se encaixam e há uma maior probabilidade de desenvolver dores na coluna e nas costas do que os indivíduos que têm genes compatíveis”.

Martelletto explica que a má postura influencia o aparecimento da dor nas costas. “Eventualmente poderá causar uma fraqueza e contribuir para que essa dor se torne recorrente. Se a pessoa também não pratica exercício físico, existe uma chance maior de desenvolver dor nas costas”.

Ele esclarece que, em alguns casos, um tratamento mais conservador pode ser mais eficaz. “Sentir dor não é normal, porém, nem todo mundo precisa de uma intervenção cirúrgica. Em determinadas situações, repouso e fisioterapia podem resolver, sugerindo apenas dores musculares”.

Ainda de acordo com o ortopedista, é necessário um tratamento preventivo para ter uma coluna saudável. “É extremamente importante estarmos atentos sobre a necessidade de prevenir o desgaste e o envelhecimento da coluna. Avaliações preventivas e ações terapêuticas são atitudes que devem fazer parte da rotina das pessoas, independentemente da idade”, afirma.

Medidas de prevenção

O ortopedista aponta algumas ações que devem ser tomadas para manter uma coluna mais saudável.

Uso do celular: Procure manter o pescoço reto e levar o aparelho até a altura dos olhos para evitar uma sobrecarga na coluna.

Exercícios físicos: Antes de iniciar qualquer atividade física faça uma avaliação médica e pratique os exercícios sob a supervisão de um profissional. Alguns movimentos exercem enorme carga na coluna e, se realizados sem atenção, podem ter efeito totalmente reverso.

Mochilas: Não deve pesar mais do que 10% do peso de quem está carregando, porque pode causar escoliose, cifose e lordose. O excesso de peso desse item pode interferir no crescimento dos jovens. Se precisar levar mais do que isso, procure utilizar mochilas com puxadores e rodinhas.

Síndrome da cauda equina

A patologia causada por hérnias de disco, tumores, infecções ou trauma na região lombar é uma condição médica rara, que atinge apenas 1% da população. O ortopedista explica que a síndrome afeta a região inferior da coluna vertebral, onde os nervos da cauda equina se localizam.

“Essa síndrome ocorre quando os nervos da cauda equina são comprimidos, danificados ou inflamados, resultando em sintomas que podem incluir fraqueza nas pernas, dormência na região genital, perda de controle da bexiga e do intestino, além de dor lombar intensa. É considerada uma emergência médica e requer tratamento cirúrgico imediato para evitar danos permanentes. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para minimizar as complicações”, alerta Martelletto.