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Falta de atividade física afeta 47% da população brasileira

Meta da OMS é que, até 2025, a taxa de sedentarismo diminua 10% / Foto: Divulgação

Já virou clichê dizer que praticar atividade física é fundamental, mas muita gente ainda não entende sua real importância. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 47% dos brasileiros não se exercitam o suficiente. A recomendação é de pelo menos 150 minutos semanais em intensidade moderada ou menos de 75 minutos em energia intensa. O sedentarismo é um dos principais causadores de doenças e pode levar à morte em casos mais graves. A meta da OMS é que, até 2025, a taxa de inatividade diminua 10%.

O educador físico Gabriel Alves acredita que existe uma cultura do sedentarismo no país. “Na infância e adolescência, os pais incentivam pouco os filhos a praticarem alguma atividade. Geralmente, preferem que fiquem em casa vendo televisão, jogando videogame ou conectados no computador e celular. A escola oferece educação física, mas a quantidade e o tempo das aulas são mínimos. Quando começam a vida adulta e entram na faculdade não querem saber de praticar exercício”, afirma.

Ele explica que praticar atividade física regularmente traz diversas vantagens. “A principal delas é controlar a obesidade e evitar o excesso de peso. Também diminui o aparecimento de doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), melhora o lado psicológico, contribui para a redução da pressão arterial e do estresse. Os exercícios aliados a uma boa alimentação e consumo frequente de água podem proporcionar uma excelente qualidade de vida”.

Dar o primeiro passo e sair do sedentarismo não é uma tarefa fácil. “As pessoas precisam ter mais consciência e introduzir alguma atividade física na rotina gradativamente. Comece com uma caminhada leve e vá aumentando o ritmo. Se você tem costume de ir ao trabalho de ônibus ou carro, procure ir andando das próximas vezes. O cansaço é normal nos primeiros dias e vai diminuindo com o tempo”.

Outra dica do educador físico é escolher atividades prazerosas. “Além da caminhada, existem inúmeras opções de exercícios. A ideia é experimentar as modalidades e descobrir com qual você mais se identifica. Temos corrida, musculação, dança, pilates, natação, etc. O importante é sempre persistir nos novos hábitos e nunca desistir. Uma ajuda é buscar por esportes em grupo, pois um vai motivando o outro e as aulas ficam ainda mais animadas”.

Alves alerta que é preciso fazer uma avaliação para saber se não existem riscos para a saúde. “O ideal é procurar ajuda profissional antes de iniciar qualquer exercício, principalmente a partir dos 40 anos. É necessário verificar o perfil da pessoa e se pode fazer algo que seja mais intenso”, finaliza.

E foi justamente alguns problemas de saúde que fizeram a operadora de telemarketing Mônica Freitas adotar a atividade física. “Em um exame de rotina descobri que meu colesterol estava alto, assim como o nível de gordura corporal. Levei um puxão de orelha do médico quando falei que não praticava nenhum exercício”.

Ela conta que o corpo já dava alguns sinais de que algo não estava bem. “Subir e descer escada era uma coisa cansativa demais. Abaixar para calçar o sapato também era um problema. Eu conseguia fazer, mas ficava ofegante como se tivesse corrido uma maratona. E meu trabalho não ajuda muito, porque passo a maior parte do dia sentada”.

Há 6 meses, Mônica entrou para uma academia e garante que sua vida mudou. “Tive que melhorar a alimentação primeiro. Comecei com pequenas caminhadas e acrescentei as aulas de dança três vezes por semana. Consegui perder 10kg e tenho mais disposição nas atividades diárias. Me tornei uma pessoa saudável e estou mais confiante”.