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13º salário deve movimentar 23,4 bilhões em Minas Gerais

Mais de 66% dos entrevistados vão destinar o abono para pagar dívidas / Divulgação

 

Para quem está no aperto financeiro nesse final de ano, o 13º salário chega como um alívio para o bolso. Muitos trabalhadores aguardam pelo dinheiro para quitar dívidas em atraso, fazer uma poupança ou até mesmo gastar. E conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do benefício deve injetar cerca de R$ 23,4 bilhões na economia de Minas Gerais neste ano. No estado, a gratificação deve ser paga a mais de 9 milhões de trabalhadores.

No ano passado, a soma prevista foi de R$ 21,4 bilhões, baseados também sobre 9 milhões de colaboradores do mercado formal ou que recebem pensões ou aposentadorias. Em 2020, os valores projetados foram da ordem de R$ 19,5 bilhões, considerando 8,6 milhões de pessoas para o cálculo. No Brasil, 85,5 milhões de brasileiros serão beneficiados pelo 13º salário, injetando R$ 249,8 bilhões na economia.

Quitar débitos

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG) mostrou que mais de 66% dos entrevistados vão destinar o abono de fim de ano para pagar dívidas (37,61%) ou poupar para outros fins (28,44%). Apenas 0,92% responderam que vão realizar compras de presentes de Natal.

O valor é muito bem-vindo para a psicóloga Márcia Santos. “A empresa onde trabalho já efetuou o pagamento da metade do meu 13º. Usei o dinheiro para pagar algumas despesas de casa que estavam atrasadas e ainda sobrou uma quantia. Deixei guardada para alguma emergência, mas tenho planos de juntar e fazer uma viagem no fim do ano. Estou ansiosa para receber a segunda parcela”, conta.

O arquiteto Ricardo Pessoa também está contando com o benefício. “Sempre recebo tudo, de uma vez, no final de novembro. Já faço minhas contas e planejamento pensando nesse dinheiro. Vou poupar uma parte para contas obrigatórias de início de ano, como Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e material escolar dos filhos. O que sobrar pretendo gastar com presentes de Natal, festas de fim ano e lazer com a família”.

Para o economista e especialista em finanças Fernando Silva, quando as pessoas recebem o dinheiro do 13º sempre pensam em gastar. “Isso é um grande erro e uma decisão precipitada, principalmente, dos que possuem alguma dívida. A prioridade deve ser quitar tudo o quanto antes para evitar que os juros aumentem. Nunca se deve fazer uma nova aquisição se você não está conseguindo honrar compromissos financeiros anteriores”.

Ele lembra que os brasileiros precisam se planejar e usar o benefício com cautela. “No início do ano as contas vão chegar. É IPTU, IPVA, matrícula escolar, compra de material, entre outros gastos. Isso tudo deve ser colocado na ponta do lápis para saber o quanto do montante deve ser separado para essas despesas. Caso ainda sobre algum dinheiro, o ideal também é colocar uma parte na poupança”.