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Câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente em homens

Dieta ruim pode aumentar os riscos da doença / Foto: iStock

 

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre os homens e, também, por isso merece destaque durante a campanha Novembro Azul. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimam-se que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 13.360 novos casos de câncer de estômago em homens. Esses valores correspondem a um risco considerado de 12,81 casos novos a cada 100 mil indivíduos do sexo masculino.

Conforme o Inca, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de estômago é o segundo com maior incidência na região Norte (11,75/100 mil), seguido pelo Nordeste (10,63/100 mil) ocupando a terceira posição. No Sul (16,02/100 mil), Sudeste (13,99/100 mil) e Centro-Oeste (9,38/100 mil) é o quarto mais frequente em relação aos outros tipos de cânceres.

De acordo com a publicação American Cancer Society – 2021, apenas 20% dos cânceres de estômago são diagnosticados em estágio inicial, o que impossibilita um tratamento precoce. O oncologista Luiz Apgaua ressalta que, normalmente, os sintomas, surgem quando a doença já está mais avançada. “Os principais indícios são dor de estômago, sensação de indigestão, perda de peso não intencional, vômitos após a alimentação e com sangue, além de fezes escurecidas”.

O diagnóstico é feito por meio de endoscopia digestiva alta. Para realizar o exame, o paciente recebe sedação e anestesia para que um tubo seja introduzido pela boca, permitindo ao médico visualizar o esôfago e o estômago, bem como fazer biópsias.

O oncologista esclarece que existem vários tipos de cânceres de estômago, porém, a grande maioria deles é da classe adenocarcinoma e atinge, majoritariamente, homens por volta dos 60 a 70 anos. “Ele é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor na região, entretanto, existem outros mais incomuns, como GIST, tumores neuroendócrinos e linfomas gástricos”.

Além da idade, outras condições são importantes na hora de analisar o perfil afetado. “Geralmente, são pacientes com sobrepeso, sedentários e que tem uma alimentação pouco saudável, com ingestão excessiva de produtos industrializados, muita gordura e/ ou defumados, além daqueles que fazem uso do cigarro”, informa o especialista.

Gastrite e refluxo

O oncologista relata que existem alguns tipos de gastrites que facilitam a evolução cancerígena. “A que apresenta alterações na endoscopia do tipo metaplasia intestinal e/ou a associada à bactéria H. Pylori não tratada. Por essa razão, as inflamações causadas devem ser combatidas com antibióticos”.

Além disso, o refluxo pode causar uma sensação de queimação, azia e inflamação após as refeições, chegando a provocar lesões mais graves, como úlceras. Sem o tratamento adequado, essas doenças podem originar tumores. “A patologia do refluxo gastroesofágico não tratada pode levar a alterações na camada que reveste o estômago e o esôfago (mucosa) – alteração denominada metaplasia intestinal – que, com o passar do tempo, gera uma displasia ou uma neoplasia maligna (câncer)”, acrescenta Luiz.

Tratamento

As opções de tratamento dependem da localização, estágio e agressividade da doença. “O mais eficaz é a cirurgia (gastrectomia oncológica) usualmente associada à quimioterapia antes e/ ou após. O paciente que for diagnosticado com um tumor grande ou com metástases tem menos chance de cura. Hoje, existem novos quimioterápicos, inclusive imunoterapia para o câncer de estômago, que aumentam as taxas de resposta, porém cada caso exige tratamento individualizado”, elucida o especialista.

Susto

O fonoaudiólogo Marcelo Soares, 56, conta que em maio, após sentir fortes dores no estômago, realizou uma endoscopia e foi informado que estava com câncer na região. “O médico me disse que era um tumor e, imediatamente, pediu uma tomografia para ver se não tinha metástase ou espalhado para outros órgãos, mas felizmente isso não aconteceu”.

Após os exames, ele começou a se preparar para o que viria pela frente. “Foi estabelecido como protocolo quatro sessões de quimioterapia quinzenais, uma cirurgia para retirada parcial de meu estômago e mais quatro sessões após a intervenção cirúrgica. O procedimento foi um sucesso e estou no final do tratamento. Ainda tenho que fazer mais algumas sessões, mas me sinto bem e tento levar tudo com mais leveza”, finaliza.