Com o crescimento e a popularidade dos esportes de combate, o muay thai não para de receber adeptos nas academias. Ele usa os punhos para socos, com maior trabalho de membros superiores, enquanto que os inferiores são utilizados, principalmente, para movimentação.
O professor de muay thai e atleta, Marcos de Avelar, ressalta que nos últimos anos houve um aumento no interesse pela prática. “Como o esporte trabalha com a disciplina, postura e coordenação motora, a procura cresceu. Na minha turma, por exemplo, tenho alunos do público infantil e adulto”.
Ele conta que a aula tem duração de uma hora. “Trabalhamos a função cardiorrespiratória, com técnicas e exercícios físicos, onde o aluno aprende a defesa pessoal e de uma forma descontraída e prazerosa. Não é fácil, pois os treinos são do mesmo nível das lutas, o que muda é a intensidade e o desgaste físico, que são menores”, acrescenta.
Segundo Avelar, são vários benefícios oferecidos aos praticantes. “Proporciona emagrecimento, tonificação muscular, resistência, força física, raciocínio rápido, respiração correta, definição e autoestima”.
Elas nos treinos
O professor afirma que o público das aulas é variado, sendo que cerca de 70% é feminino. Thalita Vieira, analista de marketing, pratica o muay thai há 8 meses e pontua os benefícios que o esporte trouxe para a sua vida. “Tive melhora na respiração, mais disposição no dia a dia, ganho de massa muscular, flexibilidade e coordenação motora. E, como hobby, me ajuda a aliviar o estresse”.
Ela relata que descobriu muay thai porque estava procurando algo para substituir a musculação, já que não gostava de malhar. “Eu já tinha o interesse em fazer uma modalidade de luta e sempre acompanhei algumas pela TV e via mulheres participando. Isso me deu inspiração”, acrescenta.
Thalita explica que no início ficou receosa, pois na visão de muitas pessoas o esporte de combate é algo mais agressivo e masculino. “No entanto, percebi que tinham muitas mulheres fazendo, o que me deu uma abertura. Outro ponto é se os ensinamentos eram diferentes para mulheres e homens, mas notei que as atividades são as mesmas”, destaca.
Hoje, ela afirma que quando encontra mulheres que querem fazer uma atividade física e que não seja a musculação, compartilha a experiência que teve com o esporte.
Impacto na saúde mental
Débora Guimarães, psicóloga clínica, explica que atividades como o muay thai liberam o hormônio do bem-estar, a endorfina, reduzindo a ansiedade e o estresse, além de elevar a autoestima e a concentração. “Auxilia ainda para que a pessoa consiga extravasar os sentimentos negativos, colocando-os para fora”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a prática regular da atividade física tende a apresentar menor incidência da maioria das doenças crônicas degenerativas, explicável por uma série de benefícios fisiológicos e psicológicos.
“É importante salientar que a manutenção da saúde mental, aliada com a prática de atividades físicas, já é um consenso entre os profissionais. A socialização, sair de casa, ver, conhecer e conversar com pessoas faz parte de uma área fundamental que é a de interação, podendo contribuir com vários aspectos da vida, como trabalhar os sintomas da depressão, isolamento, tristeza e desânimo”, afirma Débora.
A psicóloga ainda pontua que é preciso encontrar uma prática esportiva que irá contribuir para regulação da qualidade de vida. “Cada modalidade pode oferecer maiores ou menores benefícios a depender da condição e preferência do indivíduo. Por isso, é indispensável o acompanhamento do profissional”, conclui.
