Home > Esporte > Atlético e Cruzeiro estão entre os times mais endividados do futebol brasileiro

Atlético e Cruzeiro estão entre os times mais endividados do futebol brasileiro

Ranking coloca o Galo em primeiro lugar e a Raposa em terceiro – Foto: Staff Images/Cruzeiro

Conforme o Relatório Convocados, em parceria com a Outfield e Galapagos Capital, Atlético e Cruzeiro estão entre os times que mais devem no Brasil. Ambos estão nas primeiras posições da lista e tiveram um aumento na dívida entre 2021 e 2022.

O Atlético aparece na primeira posição, com uma dívida de R$ 1.498 bilhão. Em 2021, o valor era de R$ 1.315 bilhão, aumento de 14%. Já o Cruzeiro, que está em terceiro lugar da lista, tem um débito de R$ 800 milhões. Houve um crescimento de R$ 77 milhões em relação ao ano passado, o que representa uma variação de 11%. O América tem uma dívida de R$ 133 milhões, diferença de 31% em relação a 2021, quando o valor era de R$ 101 milhões.

O Corinthians aparece em segundo lugar, com uma dívida de R$ 1.029 bilhão. Em quarto e quinto estão, respectivamente, o Vasco, com um débito de R$ 715 milhões; e na sequência, o São Paulo, com R$ 698 milhões.

O jornalista esportivo Matheus Ávila explica como esses débitos podem impactar no desempenho dos clubes nas competições. “As equipes tentam não deixar o extracampo, como dívidas e problemas da diretoria, invadir o vestiário. Porém, com informações das redes sociais e notícias ‘extra oficiais’, os jogadores ficam receosos e em dúvida dos futuros pagamentos, que resultam, ao meu ver, na falta de concentração dentro de campo”.

Para Ávila, o segredo da diminuição das dívidas vem através das receitas. “Não só dentro do estádio, com seus jogos, mas em ações promocionais, algo parecido com o que o Cruzeiro fez com o projeto ‘Caravana’. Porque a tendência é esses débitos aumentarem, a não ser que chegue de vez a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ao menos para os times mineiros. A modalidade virou o maior comércio do mundo, se você não tiver uma grande força financeira, não vai ter títulos”.

Já o jornalista Chico Maia diz que os clubes que estão gastando mais do que arrecadam estão enfrentando as consequências naturais. “Porque futebol você investe, paga caro por jogador e prêmio. É complicado se o time não chega nas finais das competições, não tem arrecadação, não tem publicidade e não tem o dinheiro da televisão”.

Maia elucida essa visão para os times mineiros. “Acredito que, principalmente, o Atlético está gastando demais e muito mais do que arrecada, e corre muito esse risco. Já o Ronaldo assumiu o Cruzeiro, virou uma empresa, então ele está administrando como tal. Ele está gerindo com a receita que o clube consegue, por isso, a tendência é de a SAF trazer resultados em médio e longo prazo. Mas dentro de campo, o time é instável, porque o investimento é baixo, de acordo com a arrecadação”.

Receitas dos clubes

Entre os times mineiros, o Atlético teve a maior receita, arrecadando R$ 422 milhões, aparecendo em quinto lugar do ranking. Porém, dos 24 clubes que foram estudados, o Galo foi o que teve a maior queda na arrecadação, 21%. Em 2021, a equipe conquistou R$ 535 milhões. Já o Cruzeiro aparece em 15º lugar, com R$ 150 milhões. Ano passado, a Raposa arrecadou R$ 162 milhões. O América foi o único time mineiro a variar positivamente nesse quesito, o Coelho arrecadou R$ 149 milhões. Na última temporada, foram R$ 107 milhões, um aumento de 38%.

Maia afirma que o América é muito bem administrado. “O clube tem uma gestão, como se já fosse uma empresa, há um bom tempo. Por exemplo, não estipula multas para o treinador, igual o Atlético fez, de US$ 6 milhões. O Coelho tem uma gestão bem transparente, arrecada menos que o Atlético e Cruzeiro, porém, gasta menos. Normalmente, o time gasta abaixo do que arrecada, por isso, o clube é mais sustentável. Mas, dentro de campo, também é aquela história, hoje está brigando na parte de baixo da tabela”.

No ranking geral de receitas dos clubes, em primeiro lugar ficou o Flamengo, com R$ 1.170 bilhão. Na sequência aparece o Palmeiras, com R$ 791 milhões; Corinthians, R$ 737 milhões; e o São Paulo, fecha os quatro primeiros colocados, com R$ 661 milhões.