A menopausa é um processo fisiológico que, geralmente, acontece entre os 45 e 55 anos. A partir disso, os ovários param de produzir os hormônios do ciclo menstrual, estrogênio e progesterona, época denominada de climatério, período que pode durar cerca de 7 a 14 anos.
De acordo com a obstetra Flávia do Vale, as mudanças mais comuns na meia-idade têm origem no envelhecimento e nem sempre estão diretamente relacionadas à menopausa. Contudo, ela explica que essa fase pode vir associada de outras doenças, como osteoporose, alterações do perfil lipídico e patologias cardíacas. “Por isso algumas práticas são importantes para tornar o processo mais fácil. O estilo de vida saudável é a base de um bom envelhecimento e de uma menopausa com qualidade. Alimentação, controle do peso e atividade física são peças fundamentais”.
Flávia esclarece que o tratamento hormonal não é obrigatório e salienta quais são os exames necessários para essa etapa da vida. “Mamografia, preventivo e densitometria óssea fazem parte da rotina ginecológica. Mas vale lembrar que o ginecologista, muitas vezes, assume o papel de médico da mulher fazendo também uma avaliação clínica mais ampla, com análises de sangue (glicose, perfil lipídico, hormônios como tireoide) e ultrassom. Estes últimos variam de acordo com as queixas e histórico clínico”.
Além das alterações no corpo, o processo também pode trazer mudanças psicológicas na mulher. “Os sintomas mais comuns são aumento da ansiedade; perturbações de sono com intensificação da insônia; cansaço mental intenso; lapsos de memória; angústia; alterações de humor; tristeza; dificuldade de concentração; baixa autoestima por elevação do peso, ressecamento da pele, queda de cabelo e diminuição da libido”, revela a psicanalista Andréa Ladislau.
Ela ressalta que cada mulher vai manifestar essas alterações conforme a intensidade na diminuição do hormônio estrogênio. Além disso, o histórico de vida emocional e seus hábitos contínuos influenciam. “Mulheres que já possuem algum tipo de transtorno ou desequilíbrio emocional crônico poderão sofrer ainda mais na menopausa, visto que os hormônios do bem (serotonina, melatonina, dopamina, endorfina e ocitocina) e que geram prazer também entram em déficit de produção”.
Ainda neste sentido, se essa mulher já se cuida, faz terapia, possui hábitos saudáveis, alimentação adequada, pratica exercícios e gerencia suas emoções, poderá ter mais chances de ser pouco afetada. “Do contrário, se não houver acompanhamento médico e psicológico permanentes, estes sintomas podem se agravar, trazendo prejuízos psíquicos e biológicos no dia a dia”, conclui a psicanalista.
A dona de casa Deise Oliveira, de 58 anos, disse que não estava tão preparada para a chegada da menopausa, mas que é algo natural e ter consciência disso ajuda no processo. “Sofri bastante com os calores, insônia, mal humor e irritabilidade, na questão da libido houve sim uma pequena queda, mas nada muito drástico. Passei então a cuidar da minha alimentação e fazer exercícios. Tentei aprender a conviver da forma tranquila possível já que não faço uso da reposição hormonal, porém faço acompanhamentos de rotina, com exames e consultas médicas regulares para que minha saúde esteja sempre em dia”.