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Braquidactilia: condição deixa dedos das mãos ou dos pés mais curtos

Megan Fox, estrela de Hollywood, é portadora de braquidactilia / Foto: Divulgação

A braquidactilia é uma malformação congênita que leva ao encurtamento dos dedos das mãos ou dos pés. A condição é considerada rara e estima-se que ela ocorra em apenas 1 a cada 2.500 nascimentos. O problema não causa uma limitação e nem atrapalha o desempenho das tarefas cotidianas, afetando somente a aparência.

Segundo o ortopedista e vice- -presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Tufi Neder Filho, a braquidactilia não tem um componente hereditário. “Sua origem ainda é um mistério. Também não existe relação com radiação, nem com o uso de medicamentos ou até mesmo drogas pela mãe durante a gestação. Pode ser comum que essa condição esteja presente em vários membros da mesma família, mas isso não é uma regra”.

O diagnóstico é clínico, conforme explica o médico. “O sintoma visível da braquidactilia é o comprimento irregular dos dedos das mãos ou dos pés. É difícil detectar em recém-nascidos. No entanto, conforme a criança vai crescendo, ela se torna cada vez mais evidente”.

Filho reforça que não tem cirurgia para correção do quadro de braquidactilia. “O problema não requer nenhum tipo de tratamento médico, pois não atrapalha as tarefas cotidianas ou a mobilidade. Também não causa dor ou outros sintomas. A cirurgia seria realizada apenas por uma questão estética. Porém, poderia desencadear a perda de movimentos, sem falar nas diversas cicatrizes do procedimento”.

Ele diz ainda que a braquidactilia pode ainda ser acompanhada por outras malformações, como a polidactilia e a sindactilia. “O primeiro é a presença de dedos adicionais nas mãos ou pés. Já o segundo é quando os dedos nascem grudados, seja apenas por partes moles ou ossos. Para os dois casos há indicação de cirurgia. Tudo deve ser avaliado por um especialista”.

A auxiliar de contabilidade Cristiane Carvalho convive com a braquidactilia desde a infância e confessa que a condição já a incomodou bastante, mas que aprendeu a lidar com as situações. “Os polegares das minhas duas mãos são mais curtos. Sempre busquei escondê-los por baixo dos demais dedos porque tinha vergonha e medo de alguém ver e ficar me perguntando sobre a malformação. São olhares com espanto, nojo e até estranheza. Hoje em dia, já superei essa fase com ajuda da minha psicóloga e de grupos na internet de pessoas que também tem braquidactilia”.

Ela conta que consegue exercer todas a funções do cotidiano. “Só tenho algumas dificuldades em lidar com objetos pequenos. Por exemplo, um fecho de pulseira ou colar. Já verifiquei sobre a possibilidade de fazer cirurgia, mas todos os médicos dizem a mesma coisa. O meu problema seria apenas estético, visto que não compromete nenhuma função. Dia após dia vou aprendendo a conviver e aceitar meus dedinhos mais curtos. Preciso me amar do jeito que sou. Tenho apoio da minha família e do meu companheiro”, finaliza.